Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Anseriformes |
Família: | Anatidae |
Leach, 1820 | |
Subfamília: | Anatinae |
Leach, 1820 | |
Espécie: | A. georgica |
A marreca-parda é uma ave anseriforme da família Anatidae, também conhecida por marreca-tordilhona ou simplesmente tordilhona no Rio Grande do Sul.
Poucos estudos têm sido realizados com a Anas georgica (ver SILVA 1987, SILVA & SCHERER 1992, ANTAS et al. 1996 e NASCIMENTO et al. 2000a). Espécie cinegética que até 1990 constava nas regulamentações de caça amadorista do Rio Grande do Sul e sofreu fortes pressões em seu contingente populacional. ANTAS et al. (1996) defendem que a falta de conhecimento de
muitos aspectos biológicos e ecológicos básicos desta espécie impossibilitam uma abordagem mais detalhada de possíveis causas e medidas de manejo.
Seu nome científico significa: do (latim) anas = pato; e georgica = referente ao estado da Geórgia nos Estados Unidos da América. ⇒ Pato da Geórgia. “Georgia Duck” de Latham (1785) (Anas).
Mede entre 41,5 e 55 centímetros de comprimento e pesa entre 460 e 655 gramas.
Recebeu esse nome em função da coloração parda com manchas escuras que possui. A cabeça delgada apresenta a coloração parda. A íris é castanho escura. O bico é amarelo com uma fina linha preta no cúlmen. A extremidade distal do bico também é preta. O pescoço é longo quando comparado a sua congênere (Anas flavirostris) e apresenta na sua parte frontal uma área esbranquiçada. As penas coberteiras são escuras e cada pena apresenta bordas de coloração canela. As asas são castanho-acinzentadas. O espéculo é preto brilhante sem reflexos verdes com bordas esbranquiçadas. A cauda é pontuda. O peito, flancos e crisso são de coloração castanho claro com manchas escuras. Estas manchas são resultado de penas escuras com bordas de coloração canela. Pernas e pés palmados de coloração acinzentada. Possui um canto bem característico, parecido com um apito de esfera.
As fêmeas são semelhantes aos machos, embora ligeiramente mais apagadas na aparência e menores no tamanho.
Os juvenis são semelhantes aos adultos, mas mais cinza e com listras no peito e nas partes inferiores do abdome.
Também tem o costume de andar em bandos. Em sua plumagem, recorda a marreca-pardinha, mas difere desta pela cabeça sem tons acinzentados, pescoço longo, espelho alar sem reflexos verdes e limitado por duas faixas claras de mesma cor, cauda longa e pontiaguda e por ser maior.
Possui três subespécies:
Diferenças entre a marreca-parda (Anas georgica) e a marreca-pardinha (Anas flavirostris).
(Anas georgica) - Tamanho maior, cabeça delgada e parda, pescoço longo com a porção frontal esbranquiçada, flancos e crisso manchados, espelho alar preto sem reflexos esverdeados e ladeado por faixas claras na mesma cor, cauda longa e pontuda.
(Anas flavirostris) - Tamanho menor, cabeça redonda e marrom-acinzentada, faixa transocular escura, pescoço curto, flancos e crisso acinzentados sem manchas, espelho alar escuro com reflexos verdes e ladeado por duas faixas claras de coloração diferente, uma branca e outra ocre, cauda curta.
A marreca-parda tem uma dieta variada, alimentando-se de sementes, raízes, grãos, gramíneas, ciperáceas, algas (incluindo algas marinhas) e outras plantas aquáticas, bem como invertebrados aquáticos, tais como insetos, crustáceos, caracóis e outros moluscos.
No Cone Sul, o período de reprodução vai de outubro a dezembro, enquanto no norte, Peru, o período vai de agosto a março. No Brasil nidifica no interior do Rio Grande do Sul. O ninho é construído no chão, na vegetação perto da água, e é uma plataforma rasa de hastes, forrado com grama embaixo. A fêmea coloca entre 4 a 10 ovos. Os ovos são de cor creme rosa pálido, medindo 56 x 40 mm de tamanho, com um peso de 42 g. A incubação dura cerca de 26 dias.
Habita até 4600 m acima do nível do mar na área das punas da Cordilheira dos Andes. As populações que estão distribuídas no norte são principalmente sedentárias, as populações mais ao sul efetuam migração no inverno para o norte indo até o sul do Brasil. De acordo com SICK (1997) a marreca-parda, Anas georgica Gmelin 1789 (Anatidae) ocorre desde a Terra do Fogo ao estado de São Paulo e, pelos Andes, até a Colômbia. BELTON (1994) afirma que Anas georgica é uma espécie residente comum no estado do Rio Grande do Sul (ver também BENCKE 2001) e distribui-se em lagos, açudes e banhados em todo o litoral, na maior parte da porção central e nordeste do Planalto e nos Campos de Cima da Serra. No entanto, de acordo com ANTAS et al. (1996) a população da marreca-parda passa por um período aparente de diminuição do tamanho populacional ou de redução da migração ao sul do Brasil, tornando-se necessárias ações urgentes para a identificação das causas e providências à reversão da atual situação.