Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Falconiformes |
Família: | Falconidae |
Leach, 1820 | |
Subfamília: | Falconinae |
Leach, 1820 | |
Espécie: | F. peregrinus |
O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma ave de rapina diurna de médio porte que pode ser encontrada em todos os continentes exceto na Antártida. Considerada a ave mais rapida do mundo. Também conhecido como gavião-peregrino, gavião-chorão, gavião-de-chuva, coã-do-campo, coã-cinzento.
Seu nome científico significa: do (grego) phalkön = falcão; e do (latim) peregrinus = andarilho, peregrino, estranho ao local, que vem do exterior. ⇒ Falcão peregrino.
O falcão-peregrino mede entre 34 e 58 centímetros de comprimento, com uma envergadura de asas de 74-120 centímetros e peso de 330-1000 gramas (macho) e 700-1500 gramas (fêmea), sendo as fêmeas maiores e mais pesadas que os machos e constituindo este o único dimorfismo sexual.
A sua plumagem é característica, em tons de cinzento-azulado no dorso e asas; cabeça preta-cinza com “bigode” escuro e queixo branco; bico escuro com base amarela; patas amarelas com garras pretas riscada de negro na zona ventral. Os olhos são negros com anel amarelo e relativamente grandes. As asas são afiladas e longas.
O falcão peregrino - (Falco peregrinus) é uma das aves com maior distribuição e uma das mais estudadas no mundo com mais de 2000 trabalhos publicados (White et al. 2002).
Possui dezesseis subespécies reconhecidas espalhadas pelo mundo, sendo que 4 delas ocorrem no continente americano :
O (Falco peregrinus) pode alimentar-se de uma grande variedade de presas incluindo aves, morcegos, pequenos mamíferos e ocasionalmente peixes e insetos (Risebrough et al. 1990, Sick 1997, Silva-e-Silva 1997).
O falcão-peregrino é um caçador solitário que ataca outras aves, em geral pombos ou pássaros, que derruba com as garras em voo picado e mata com o bico. É o animal mais rápido do mundo, com velocidade de mergulho que chega a atingir 320 km/h. Graças à sua eficiência enquanto predador, é um dos animais preferidos na arte da falcoaria. O falcão-peregrino é muitas vezes vítima de outras aves de rapina que roubam as suas presas, à semelhança dos leopardos, que muitas vezes vêem a sua refeição assaltada por hienas. Como predador solitário, o falcão não pode arriscar morrer de inanição por ferimentos obtidos numa luta por uma presa já abatida.
Como ave que freqüenta ambientes urbanos atrás de presas como os pombos, o falcão-peregrino às vezes não pode consumir as aves que abate por conta do tráfego de pessoas e viaturas; em Santos, no litoral paulista, é comum achar pombos mortos abatidos por falcões-peregrinos migratórios (Falco peregrinus tundrius) e abandonados na via pública. Note-se também que, no que diz respeito à escolha de suas presas, o falcão-peregrino é oportunista, caçando quaisquer aves presentes na sua área de ocorrência: nos manguezais de Cubatão, por exemplo, caça inclusive exemplares juvenis de guará.
Tambem se alimenta de morcegos e cupim-vermelho (Syntermes).
Na época de reprodução, uma vez por ano, põe três ou quatro ovos num penhasco, diretamente sobre o solo, sem fazer ninho. Os ovos são incubados pelo casal de pais ao longo de cerca de um mês.
A espécie prefere habitats em zonas montanhosas ou costeiras, ilhas oceânicas, mas pode também ser encontrado em áreas urbanas, a exemplo de grandes cidades como Nova Iorque. No Estado de São Paulo aparecem geralmente em início de outubro e desaparecem em final de março.
O falcão-peregrino é muito sensível ao envenenamento com inseticidas organoclorados como o DDT, com os quais entra em contacto através da gordura de suas presas, e que provocam enfraquecimento da casca de seus ovos e esterilidade. O uso do DDT afetou gravemente as populações residentes na Europa ocidental e América do Norte durante as décadas de 1950 e 1960. A situação foi invertida com o banimento destes compostos das práticas agrícolas e pela liberação na natureza de indivíduos criados em cativeiro. Segundo Helmut Sick, este esforço de recuperação por liberação de animais criados em cativeiro (alguns mestiços de subespécies diferentes) reduziu a intensidade da migração de falcões do leste da América do Norte para o Brasil, já que parte das populações recuperadas perdeu o hábito migratório. Os falcões-peregrinos presentes no Brasil entre outubro e abril, durante o inverno boreal, pertencem à subespécie F. p. tundrius, mais ártica; outra subespécie norte-americana, F. p. anatum, é residente, não migrando para a América do Sul, mas existe em todo lugar do Brasil.
Observou-se em Apucarana, PR, região norte do Estado, entre os prédios no centro da cidade, na parte da manhã, que tanto o macho quanto a fêmea realizam voos em vários sentidos, pousando, as vezes nos prédios mais altos, como forma de reconhecimento e delimitação de seu território. E, ainda, o macho dorme quase sempre no mesmo local separado da fêmea. Mais informações nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lIvByDYpYgk
Pode ser encontrada em todos os continentes exceto a Antártida. Na América do Sul, ele só surge como espécie migratória, não nidificando aqui. Como ave reprodutora, é substituído na América do Sul por uma espécie similar e um pouco menor, o falcão-de-peito-laranja.