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Reconstrução da Parede Torácica e Abdominal

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Confira um artigo completo que falamos sobre a Reconstrução da Parede Torácica e Abdominal para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

Reconstrução da Parede Torácica: Anatomia

O tórax corresponde a região localizada entre o pescoço e o abdome, sendo limitado superiormente pelo estreito torácico, inferiormente pelo diafragma, lateralmente pela região costal, anteriormente pelo esterno e posteriormente pela coluna torácica.

A cavidade torácica é formada por um compartimento central, que corresponde ao mediastino, onde está localizado o coração, e por duas cavidades pulmonares, onde se encontram os pulmões. Estes órgãos são protegidos pelo arcabouço ósseo, composto por 12 vértebras torácicas, 12 pares de costelas e o esterno; e pela musculatura sobrejacente.

Arcabouço ósseo do tórax.

Imagem: Arcabouço ósseo do tórax. Fonte: NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. (adaptado).

Os músculos do tórax são divididos em compartimentos anterior e posterior, sendo este último ainda subdividido em superficial e profundo. O compartimento anterior é composto pelos músculos peitoral maior, peitoral menor, subclávio e serrátil anterior.

O compartimento posterior superficial é composto pelos músculos trapézio e latíssimo do dorso, enquanto o compartimento posterior profundo contém os músculos levantador da escápula, romboide menor e romboide maior.

Em relação a vascularização, a parte mais profunda da parede torácica anterior é irrigada pelas artérias torácicas internas. Destas artérias, partem direta e indiretamente os ramos intercostais anteriores, enquanto os ramos intercostais posteriores surgem da aorta torácica e da artéria intercostal suprema, sendo esta última um ramo do tronco costocervical.

Estes ramos passam lateralmente ao redor da parede, principalmente ao longo da margem inferior de cada costela. Juntamente com as artérias intercostais anteriores e posteriores, correm os nervos intercostais, responsáveis pela inervação da parede torácica. Já a drenagem venosa é a realizada pelas veias intercostais anteriores, que drenam para as veias torácicas internas, e pelas veias intercostais posteriores e subcostais, que drenam para o sistema ázigos.

A Reconstrução

A parede torácica pode sofrer deformações a partir de agentes agressores que acometem o tórax, a exemplo de tumores, infecções, trauma e irradiação para tratamento de neoplasias malignas. Eventualmente, o tratamento dessas lesões implica na reconstrução da parede torácica, tanto da parte óssea quanto dos tecidos moles, objetivando manter a dinâmica respiratória adequada.

Em algumas situações, o fechamento primário é o método mais simples e mais indicado, porém, alguns fatores são determinantes para a escolha da técnica de reconstrução da parede torácica, a exemplo da extensão e localização da lesão, da condição local do tecido e do estado clínico do paciente.

HORA DA REVISÃO: Antes de entendermos cada tipo de reconstrução, é importante diferenciarmos os conceitos de retalhos e enxertos. Retalho corresponde ao segmento de tecido com suprimento vascular próprio, que será transferido de uma área doadora para uma área receptora. O retalho mantém a comunicação com a área doadora por meio de um pedículo. Já o enxerto corresponde ao segmento de tecido que é transferido sem nenhum pedículo de comunicação entre a área doadora e a área receptora. O suprimento sanguíneo do enxerto será reestabelecido posteriormente, após o surgimento de uma vascularização própria.

Reconstrução do arcabouço ósseo

Os defeitos ósseos da parede torácica maiores que 5 cm costumam causar respiração paradoxal, ou seja, o local da lesão não acompanha o movimento respiratório fisiológico. Nessas situações, principalmente quando a lesão envolve o esterno, parede anterior e/ou parede lateral do tórax, é necessário fazer a reconstrução do componente ósseo.

As próprias costelas podem ser utilizadas como enxertos ósseos, porém, comumente, a área em que foi retirado cursa com dor e instabilidade. Assim, outros possíveis locais para retirada desses enxertos são a crista ilíaca, tíbia e fíbula.

Porém, devido as desvantagens citadas, a tendência atual é usar material sintético para reconstruir o arcabouço ósseo do tórax. O uso do material sintético, assim como o enxerto ósseo, corrige o defeito existente e permite a estabilidade da estrutura torácica. A durabilidade, resistência a infecção, maleabilidade e o potencial de causar resposta inflamatória são alguns fatores que devem ser levados em consideração ao escolher o tipo de material a ser utilizado.

Este material deve ser firmemente suturado à parede torácica óssea circundante e, uma vez estabilizado o defeito, deve-se fornecer uma cobertura de tecido mole com um suprimento sanguíneo adequado para minimizar o risco de exposição ao enxerto e possível infecção. O uso do material sintético costuma ser uma boa alternativa aos enxertos autólogos.

SAIBA MAIS: Um material sintético que costuma ser uma boa opção no tratamento de defeitos pequenos é a tela de Marlex. Nos casos de defeitos maiores, pode-se fazer uma associação de materiais, como utilizar duas telas de Marlex envolvendo uma camada de cimento metilmetacrilato, que é um material utilizado para fornecer rigidez à combinação e permitir a estabilidade adequada da parede torácica, evitando, assim, movimentos paradoxais durante a respiração. Essa técnica ficou conhecida como “sanduíche de metilmetacrilato”.

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