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Francisco das Chagas
Marinho |
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08/02/1952 |
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Natal - Rio Grande
do Norte |
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Riachuelo (RN), em 68; ABC (RN),
em 69; Náutico, de 70 a 71; Botafogo, de 72 a 76; Fluminense,
de 77 a 78; New York Cosmos (EUA), em 79; Forte Lauderdale
Strickers (EUA), em 80; São Paulo, de 81 a 83; Fortaleza, em
84; Bangu, de 84 a 85; América (RN), de 86 a 87; e Harlekin
Augsburg (ALE), em 88. |
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Campeão
paulista de 81 pelo São Paulo e do Torneio Bicentenário dos
EUA, em 76, pela Seleção Brasileira. |
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Lateral Esquerdo |
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Quem ia
imaginar que aquele garoto comprido e franzino de apenas 18
anos, conhecido como Marinho, lançado pelo treinador
interino do Riachuelo, Antônio Castro, um dia chegasse a jogar
no futebol carioca. Muito mais integrar a Seleção Brasileira
em dezenas de jogos, inclusive na Copa de 74, quando foi
apontado como um dos dois maiores laterais do Mundo ao lado do
alemão Breitner. |
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Lateral
Ofensivo, de chute forte poderosíssimo. Chegou do náutico com
fama de bom de bola e foi logo provando que se tratava de um
jogador de qualidades acima da maioria dos laterais de sua
época |
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Em maio de
1969 Marinho ou Lourão (ele não era ainda conhecido como
Marinho Chagas) começou a jogar pelo Riachuelo, um time médio
do futebol potiguar, apesar de ter sido vice-campeão em 67.
Sua principal característica era ser um lateral audacioso que
já se revelara no campo da Salgadeira, próximo à linha férrea
da Sampaio Correia. |
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O mais animado com a desenvoltura do
garoto era o sub oficial Castro, que sabia da sua fama de craque. Castro
era da Marinha e morava próximo à rua Benjamin Constant, residência de
Francisco das Chagas Marinho . "Ele já era um craque, só precisava
segurar-se mais atrás porque a esse tempo os laterais não avançavam
tanto", frisa Castro, hoje afastado do futebol, após ficar à frente do
Riachuelo durante muitos anos. Enquanto isso, de olho em Marinho, José
Prudêncio Sobrinho vivia pensando como levar o garoto para o ABC. Deu o
estalo e ofereceu algum dinheiro e material esportivo ao Riachuelo, e
desse modo foi fácil fisgar o jovem e promissor lateral. |
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Oferecido ao Corinthians em meados de
1972, por CR$ 400.000, Marinho foi recusado. Também esteve próximo de uma
transferência para o Flamengo, mas o técnico do time na época era Zagallo,
que não quis esperar a sua recuperação de uma lesão leve e preferiu o
lateral Mineiro, do Olaria. Apesar de ter a lateral esquerda como posição
de origem, Marinho é destro. |
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Em 1972 recebeu a grande oportunidade
da carreira. Foi contratado pelo Botafogo-RJ e por lá jogou cinco anos.
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Um dos mais completos
laterais-esquerdo de todos os tempos do futebol mundial. Para a maioria o
segundo melhor depois de Nilton Santos. Veloz, subia ao ataque e voltava
para marcar com a mesma eficiência. Habilidoso, driblava com extrema
facilidade. Técnico, dificilmente errava passe ou cometia a falta. Como se
não bastasse tinha potente chute de pé direito, o que lhe valeu o apelido
de Bomba do Nordeste. Também chutava muito bem de perna esquerda. |
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Marinho, foi a grande vítima da queda
do time do Botafogo nos anos 70. Com a saída de Jairzinho, passou a ser o
único craque da equipe. Em 77, foi incluído num dos troca-trocas e acabou
indo parar no Fluminense. Em 1979 foi jogar futebol nos Estados Unidos.
Jogou no Cosmos neste mesmo ano e no Strikers em 1980. |
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A vontade de voltar ao Brasil não
despertou a atenção de muitos clubes, que viam a ausência de três anos de
Marinho no cenário nacional como um atraso em sua carreira. Mas o diretor
de futebol do São Paulo, Jaime Franco, preocupado com as freqüentes
convocações dos jogadores do seu time para a seleção, decidiu fazer uma
oferta aos americanos e repatriou o jogador por CR$ 16 milhões (US$ 250
mil, na época). À contragosto do técnico Carlos Alberto Silva, diga-se de
passagem. "Se a diretoria o quiser contratar, é problema exclusivamente
dela", diria o treinador. Mas Marinho se alegrava por estar de volta e já
sonhava com um lugar na seleção de Telê Santana. "No São Paulo, terei
todas as condições de voltar à seleção brasileira". Sua estréia pelo time,
no entanto, não poderia ter sido mais desastrosa. |
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No começo de 1982, Marinho já pensava
em deixar o São Paulo, alegando que o ano anterior havia sido o pior de
sua vida ("pessoal, não profissional"). Como as ameaças do lateral eram
raramente cumpridas de imediato, ele continuou atuando, só que desta vez
seu joelho era o fator de incômodo. Como muitos gols começaram a sair pelo
seu setor, outra operação foi necessária. Mesmo com a recuperação, no
entanto, o técnico Poy passou a não relacioná-lo nem para o banco. E a
diretoria começou a persegui-lo, com imposições ridículas como proibi-lo
de jogar tênis e multas de até 20% em seu salário. Seu inimigo número 1
era o diretor Marcelo Marthes, com quem travava discussões públicas em
todos os jornais da Capital. Com o vice Paulista de 1982 e modestas
colocações nos Brasileiros de 1982 e 1983, Marinho decidiu que era hora de
deixar o São Paulo, e comprou o seu passe por CR$ 20 milhões. Sua intenção
era vendê-lo para algum time do Oriente Médio por um valor seis vezes
maior, o que nunca foi concretizado. |
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Em 1985 voltou para
o Rio de Janeiro mas para jogar no Bangu. Em 1986 começou seu
caminho de volta para sua região de infância. No segundo semestre de
1986 foi contratado pelo Fortaleza-CE e neste mesmo ano ainda, foi
defender as cores do América-RN. Quando se esperava que estaria
encerrando sua carreira, Marinho recebeu uma proposta do Harlekin,
da Alemanha, e em 1987 saiu mais uma vez do país. Ao final da
temporada de 1987, Marinho resolveu encerrar sua carreira e voltar
para Natal, no rio Grande do Norte. Em 1989, candidatou-se a
vereador, em Natal, pelo PL, mas foi derrotado. O ex-jogador ainda
fez um curso de treinador na Itália, mas hoje vive dos rendimentos
de imóveis e de uma pousada na Praia da Redinha, em Natal. Tem
também duas escolinhas para crianças carentes, em Natal e Nova
Iguaçu. Marinho Chagas é o compositor e intérprete da canção "Eu Sou
Assim" e atuou em dois filmes. |
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Apesar de jogar por quase 20 anos por clubes. Marinho conquistou
apenas um título na carreira. O de campeão paulista de 1981 pelo São
Paulo. Como jogador, foi Bola de Prata. prêmio da revista "Placar...
por suas atuações nos Brasileiros de 1972,1973 e 1981. Eleito o
melhor lateral-esquerda do mundo, em 1974, e o segundo melhor do
século. |
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Pela Seleção Brasileira, Marinho
Chagas disputou 33 partidas. Depois de uma delas, contra a Polônia, na
decisão do terceiro lugar da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, teve
séria discussão com Leão. O goleiro, inclusive, teria dado um tapa no
rosto de Marinho, que, segundo o goleiro, falhara no gol da vitória
polonesa, marcado por Lato, no jogo que decidiria qual país ficaria com a
terceira colocação, um epísódio assombrou o jogador por muito tempo. O
goleiro Leão o xingava a cada subida ao ataque. Ao chegar ao vestiário,
após a derrota por 1 a 0 do Brasil, Marinho, chorando, foi interpelado
pelo goleiro, que não teve dúvidas e começou a agredi-lo e a gritar: "Está
feliz agora?" Leão só parou quando Jairzinho o conteve. Há quem diga que
após o episódio Marinho nunca mais foi o mesmo jogador. |
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