Império Cuchana
Império Cuchana Dinastia Cuchana • Império Cuchano • Império Kushana • Βασιλεία Κοσσανῶν • Κυϸανο • राजवंश • Kušan-xšaθr | |||||||||||||||||||||||||
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Continente | Ásia | ||||||||||||||||||||||||
Região | Ásia Central e subcontinente indiano | ||||||||||||||||||||||||
Capitais | Bamiguiã Capisa Puruxapura Taxila Matura | ||||||||||||||||||||||||
Países atuais | Afeganistão China Índia Nepal Paquistão Quirguistão Tajiquistão Turquemenistão Turquemenistão Uzbequistão | ||||||||||||||||||||||||
Línguas oficiais | grego (oficial até 127) bactriano (oficial depos de 127) gandari sogdiano corásmio tocário dialetos saca prácrito páli sânscrito (litúrgico) | ||||||||||||||||||||||||
Religiões | hinduísmo, budismo, zoroastrismo, greco-budismo, religião grega antiga | ||||||||||||||||||||||||
Forma de governo | monarquia | ||||||||||||||||||||||||
Basileu | |||||||||||||||||||||||||
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Período histórico | Antiguidade | ||||||||||||||||||||||||
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Área | |||||||||||||||||||||||||
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O Império Cuchana[3] ou Império Cuchano, também designado como Império Kushana, Império Kuchana (em grego: Βασιλεία Κοσσανῶν; romaniz.: Basileía Kossanōn; em bactriano: Κυϸανο; Kushano; em sânscrito: राजवंश; Kuṣāṇ Rājavaṃśa; em parta: Kušan-xšaθr; em chinês: 贵霜帝国; guishuangdiguo), foi um Estado político que teve o seu auge de 105 d.C. à década de 250, localizado entre os territórios atuais do Tajiquistão, mar Cáspio, Afeganistão e vale do rio Ganges.
O império foi criado pela tribo dos cuchãs[4] (também referico como kushans,[5] cuchans,[6] e kuei-shangs),[2] que, por sua vez, pertencia à etnia dos iuechis, que vive atualmente em Sinquião, na China e que possivelmente está relacionada com os tocarianos.
O império teve relações diplomáticas importantes com o Império Romano, com o Império Sassânida e com a China, em grande parte pela sua posição geográfica, num local de passagem entre o Ocidente e o Oriente.
Canisca
[editar | editar código-fonte]O mais famoso rei cuchana foi Canisca I[2] que se notabilizou por patrocinar o budismo e a arte de influência grega. Sob seu reinado, começaram a ser produzidas as primeiras representações humanas da figura de Sidarta Gautama, o fundador do budismo (até então, era considerado desrespeitoso representá-lo desta forma: ele era representado sob formas simbólicas, como uma árvore, uma roda ou uma estupa). Seguindo o exemplo dos budistas, também os deuses hindus começaram a ser representados sob a forma de estátuas antropomórficas. Canisca foi o responsável pela grande difusão do budismo na Ásia Central e, a partir daí, na China e demais países do Extremo Oriente.[6][7] Canisca transferiu a capital do império para Puruxapura (a atual Pexauar, no Paquistão), deslocando, em direção à Índia, o centro de gravidade do império.[8]
Cunhagem
[editar | editar código-fonte]Os cuchanas tinham tradição na cunhagem em ouro, não havendo indícios que cunhagem em prata. Provavelmente no fim do século I ou começo do II, Vima Cadefises, filho de Cujula Cadefises, emitiu quatro séries de moedas de ouro com um peso padrão baseado no áureo de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) e tal tipo de moeda perdurou por toda história de sua cunhagem. As inscrições estavam em grego e indiano (em caroste) e então no começo do reinado de Canisca I em báctrio (escrito num alfabeto derivado do grego). Sua principal característica é a imagem de uma divindade no reverso, como já ocorria entre os reis greco-bactrianos. Embora apenas Xiva aparece sob Vima Cadefises, sob Canisca havia um variado panteão de cerca de 30 deuses de diversas origens. Sob Vasudeva I apenas Xiva era representada. Essa numismática é campo autônomo de estudo, sobretudo dominado pela obra de Robert Göbl, D. W. MacDowall e Helmut Humbach, bem como vários estudiosos da extinta União Soviética.[9]
Notas
- ↑ "A inscrição de Rabatak diz que no ano 1 a autoridade de Canisca I foi proclamada na Índia, em todas as satrapias e em muitas cidades como Koonadeano (Kundina), Ozeno (Ujjain), Kozambo (Kausambi), Zagedo (Saketa), Palabotro (Pataliputra) e Ziri-Tambo (Janjgir-Champa). Essas cidades iam do leste ao sul de Matura, até todas as localidades onde Wima tivesse carregado seu vitorioso exército. Entretanto eles devem ter sido capturados pelo próprio Canisca I."[1]
Referências
- ↑ "Ancient Indian Inscriptions", S. R. Goyal, p. 93. Veja também a análise de Sims-Williams e J.Cribb, que teve papel principal em decifrar: "A new Bactrian inscription of Kanishka the Great", em "Silk Road Art and Archaeology" No4, 1995-1996. Also Mukherjee B.N. "The Great Kushanan Testament", Indian Museum Bulletin.
- ↑ a b c d e f g Albanese, M.; Manhães, Francisco (trad.) (2006), Grandes civilizações do passado: Índia antiga, Barcelona: Edicions Folio, p. 34
- ↑ Paula, Eurípides Simões de (1964). «Revista de história». USP. 28; 57-58: 304-305
- ↑ Schulberg, L. (1979), Índia histórica, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, p. 93
- ↑ Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Volume 35, Editorial Enciclopédia.
- ↑ a b Schulberg 1979, p. 92.
- ↑ Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 32, 33.
- ↑ Albanese 2006, p. 35
- ↑ Gignoux 1995.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gignoux, Philippe; Bates, Michael (1995). «Dinar i. In Pre-Islamic Persia». Enciclopédia Islâmica Vol. VII Fasc. 4. Nova Iorque: Columbia University Press