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Fabales

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaFabales
Classificação científica
Reino: Plantae
Sub-reino: Tracheobionta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Rosidae
Fabidae
Ordem: Fabales
Bromhead[1]
Famílias
Sinónimos
Desmodium gangeticum.
Flor de Pueraria lobata (kudzu).
Folhagem de Mimosa pudica (aberta).

Fabales é uma ordem de plantas com flor pertencente à classe Magnoliopsida (dicotiledóneas, plantas cujo embrião contém dois ou mais cotilédones),[3] com distribuição cosmopolita, embora mais frequente nas zonas tropicais, e com alta distribuição altitudinal. A ordem agrupa entre 19 000 e 22 000 espécies, incluindo plantas com grande importância económica (como plantas alimentares, forrageiras, ornamentais, medicinais e industriais).

A ordem Fabales constitui um agrupamento taxonómico muito homogéneo, filogeneticamente próximo da família Rosaceae. Apresentam hábito variado, com árvores, arbustos e herbáceas (estas duas últimas categorias as mais frequentes nas zonas temperadas). É frequente a formação de nódulos radiculares que albergam em simbiose bactérias fixadoras de azoto.

As folhas em geral são compostas e estipuladas.

Os membro desta ordem caracterizam-se pela presença de flores actinomorfas ou zigomorfas (existe tendência para a zigomorfia), hermafroditas, pentâmeras, com tendência para a redução do número de estames, com um único carpelo.

O fruto é geralmente seco e deiscente por duas suturas (formadas pela nervura do carpelo e pela sutura), maioritariamente do tipo do tipo vagem.

Distribuição e diversidade

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Esta ordem tem uma distribuição cosmopolita, embora seja mais frequente nas zonas tropicais, e tem grande distribuição altitudinal.[4] A subfamília Papilionoideae (Faboideae) da família Fabaceae, apesar de presente em todos os grandes biomas terrestres, concentra-se nas regiões de clima temperado do Hemisfério Norte.

A ordem contém entre 21 000 e 23 000 espécies (é uma das maiores ordens de plantas com flor), entre as quais múltiplas espécies de grande importância económica. Membros desta ordem, em particular da família Fabaceae, são utilizados como plantas para alimentação humana (através do aproveitamento dos frutos, sementes ou da planta inteira), como plantas medicinais, como ornamentais, para silvicultura (produção de madeiras e protecção de solos) e para fins industriais (produção de gomas, óleos e perfumes).

As Fabales são uma ordem de plantas com flor incluída no clado das rosíedeas do grupo das eudicotiledóneas, conforme definido no sistema de classificação APG IV do Angiosperm Phylogeny Group.

Na circunscrição proposta pelo sistema APG IV, esta ordem inclui as famílias Fabaceae (as leguminosas, incluindo as 6 subfamílias que presentemente a integram: Cercidoideae, Detarioideae, Duparquetioideae, Dialioideae, Caesalpinioideae e Faboideae), Quillajaceae, Polygalaceae (incluindo as antigas famílias Diclidantheraceae, Moutabeaceae e Xanthophyllaceae) e Surianaceae.

Esta circunscrição marca uma ruptura com a arrumação tradicional destas famílias, já que no antigo sistema de classificação de Cronquist, as famílias que hoje integram as Fabales eram colocadas em ordens separadas: a família Polygalaceae na ordem Polygalales e as restantes na ordem Rosales. No sistema Cronquist e noutros sistemas de classificação de base morfológica, a ordem Fabales era um táxon monotípico integrando exclusivamente a família Fabaceae.

No sistema de classificação de Dahlgren, desenvolvido por Rolf Dahlgren, as Fabales eram integradas na superordem Fabiflorae (também designada por Fabanae) com três outras famílias, correspondentes às actuais subfamílias de Fabaceae no sistema APG IV. As restantes famílias integradas em Fabales pela classificação APG IV eram colocadas em ordens separadas por Cronquist, as Polygalaceae dentro de sua própria ordem, as Polygalales, e as Quillajaceae e Surianaceae dentro das Rosales.

A família Fabaceae, como a terceira maior família de plantas do mundo, contém a maior parte da diversidade das Fabales, sendo que as outras famílias compõem uma parcela comparativamente pequena da diversidade da ordem. A investigação filogenética e taxonómica na ordem tem estado focada nas Fabaceae, devido em parte à sua grande diversidade biológica e por outra parte à sua importância como plantas alimentícias. Ainda assim, as Polygalaceae são bastante bem conhecidas entre as famílias de plantas, em parte devido à grande diversidade do género Polygala e por alguns membros da família serem plantas que servem de alimento para vários Lepidoptera (borboletas e mariposas).[5][6]

Enquanto taxonomistas usando técnicas de filogenia molecular encontram forte suporte para a monofilia da ordem, permanecem questões sobre as relações morfológicas das Quillajaceae e Surianaceae com o resto da ordem, devido em parte aos conhecimentos limitados sobre essas famílias.[7]

A posição sistemática do grupo, com a presente circunscrição taxonómica, conforme determinada pelas técnicas da filogenia molecular, sugere a seguinte árvore evolucionária:[8][9][10][11][12][13][14]


Polygalaceae
Surianaceae
Fabales
Quillajaceae
Cercidoideae
Detarioideae
Fabaceae
Duparquetioideae
Dialioideae
Caesalpinioideae
Faboideae


O enquadramento da ordem Fabales no clado das eurosídeas (ou fabids) é o que consta do seguinte cladograma:

fabids

Zygophyllales

Fabales

Rosales

Fagales

Cucurbitales

Celastrales

Malpighiales

Oxalidales

  1. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 6 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 25 de maio de 2017 
  2. Plantbio
  3. «Flora do Brasil 2020». www.reflora.jbrj.gov.br. Consultado em 31 de julho de 2018 
  4. Stevens, PF (7 de maio de 2006). «Angiosperm Phylogeny Website». Missouri Botanical Garden. Consultado em 20 de novembro de 2006 
  5. Janz, N; S Nylin (1998). «Butterflies and plants: A phylogenetic study». Society for the Study of Evolution. Evolution. 52 (2): 486–502. JSTOR 2411084. PMID 28568350. doi:10.2307/2411084 
  6. DeVries, PJ; AI Chacon (1992). «Toward a better understanding of host use and biodiversity in riodinid butterflies». Journal of Research on the Lepidoptera. 31 (1–2): 103–126 
  7. Morgan, DR; Soltis, DE; Robertson KR (julho de 1994). «Systematic and evolutionary implications of rbcL sequence variation in Rosaceae». Botanical Society of America. American Journal of Botany. 81 (7): 890–903. JSTOR 2445770. doi:10.2307/2445770 
  8. Bruneau A; Forest F; Herendeen PS; Klitgaard BB; Lewis GP (2001). «Phylogenetic Relationships in the Caesalpinioideae (Leguminosae) as Inferred from Chloroplast trnL Intron Sequences». Syst Bot. 26 (3): 487–514. doi:10.1043/0363-6445-26.3.487 (inativo 31 de janeiro de 2019) 
  9. Miller JT; Grimes JW; Murphy DJ; Bayer RJ; Ladiges PY (2003). «A phylogenetic analysis of the Acacieae and Ingeae (Mimosoideae: Fabaceae) based on trnK, matK, psbAtrnH, and trnL/trnF sequence data». Syst Bot. 28 (3): 558–566. JSTOR 25063895. doi:10.1043/02-48.1 (inativo 31 de janeiro de 2019) 
  10. Bruneau A; Mercure M; Lewis GP; Herendeen PS (2008). «Phylogenetic patterns and diversification in the caesalpinioid legumes». Botany. 86 (7): 697–718. doi:10.1139/B08-058 
  11. Miller JT; Murphy DJ; Brown GK; Richardson DM; González-Orozco CE (2011). «The evolution and phylogenetic placement of invasive Australian Acacia species». Diversity and Distributions. 17 (5): 848–860. doi:10.1111/j.1472-4642.2011.00780.x 
  12. Manzanilla V; Bruneau A (2012). «Phylogeny reconstruction in the Caesalpinieae grade (Leguminosae) based on duplicated copies of the sucrose synthase gene and plastid markers». Molecular Phylogenetics and Evolution. 65 (1): 149–162. PMID 22699157. doi:10.1016/j.ympev.2012.05.035 
  13. LPWG [Legume Phylogeny Working Group] (2013). «Legume phylogeny and classification in the 21st century: Progress, prospects and lessons for other species-rich clades». Taxon. 62 (2): 217–248. doi:10.12705/622.8. hdl:10566/3455 
  14. Miller JT; Seigler D; Mishler BD (2014). «A phylogenetic solution to the Acacia problem». Taxon. 63 (3): 653–658. doi:10.12705/633.2 

Ligações externas

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