Dátis
Dátis | |
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Nascimento | século VI a.C. Império Medo |
Morte | 490 a.C. |
Cidadania | Império Aquemênida |
Ocupação | oficial de marinha |
Lealdade | Império Aquemênida |
Dátis[1] (em persa antigo: *Dātiya-) foi um general medo, comandante-chefe da força expedicionária persa durante a primeira Guerra Médica, que acabou com a Batalha de Maratona em 490 a.C.
Nome
[editar | editar código-fonte]Dátis (Δάτις), Dácio (Δάτιος), Dados (Δάδοι, Dádо̄i) ou Dadoes (Δαδόης, Dadṓēs) são as formas helenizadas do persa antigo Datia (*Dātiya-), que por sua vez foi registrado em persa médio como Dade (Dād) e armênio como Date (Դատ, Dat), que pode ter surgido da forma não atestada Dadi.[2][3] Derivam todos do avéstico data-, "dado, criado por".[4]
Vida
[editar | editar código-fonte]Dario I, desejando vingar-se dos atenienses e instigado pelos filhos de Pisístrato, removeu Mardônio do comando das tropas, e colocou Dátis, um medo, e Artafernes, filho de Artafernes, como comandantes da força persa, enviada para reduzir Atenas e a Erétria à escravidão, e levar os escravos para a Pérsia.[5] Artafernes, o pai, era meio-irmão de Dario.
Chegando a Delos, e vendo que os habitantes fugiram da força invasora, Dátis mandou um emissário avisar ao habitantes que ele não faria mal a esta terra onde duas divindades haviam nascido.[Nota 1][6] Dátis fez um sacrifício no valor de trezentos talentos,[6] e avançou sobre a Erétria.[7]
Ocorreu, porém, um terremoto em Delos; segundo o que Heródoto ouviu dos habitantes de Delos, nunca antes havia havido um terremoto, nem depois disso houve outro terremoto, como se fosse uma previsão das desgraças que a Hélade iria passar, primeiro por Dario I, depois por Xerxes I, filho de Dario, e finalmente, na época de Artaxerxes I, filho de Xerxes, com as lutas de helenos contra helenos pela supremacia.[7]
Após desembarcarem na Erétria, os persas não foram enfrentados pelos habitantes, que se recolheram à cidade murada.[8] Os persas sitiaram a cidade por seis dias, mas no sétimo dia a cidade se rendeu; a cidade foi pilhada, seus templos foram queimados e seus habitantes reduzidos à escravidão, conforme a ordem de Dario.[8]
Acreditando que os atenienses adotariam a mesma tática, e, seguindo o conselho de Hípias,[Nota 2] os persas desembarcaram em Maratona.[9] Lá, porém, foram combatidos e derrotados pelos atenienses, na Batalha de Maratona.
Na volta para a Ásia, Dátis teve um sonho; após uma busca nos navios, ele descobriu uma imagem de ouro de Apolo que havia sido pilhada de Delos.[10] Dátis viajou para Delos, entregou-a aos habitantes, e ordenou que eles levassem a estátua a Délio, no território dos tebanos.[10]
Dátis e Artafernes levaram os escravos de Erétria para Susa; Dario, apesar da raiva que tinha deles pelo ataque anterior que eles fizeram, quando viu que eles haviam sido trazidos não mais fez mal a eles, mas estabeleceu-os como colonos em Ardericos, dependência da Císsia.[11]
Dátis teve três filhos, Harmamitras, Titeu e Farnuces; os dois primeiros foram comandantes da cavalaria durante a Segunda Guerra Médica, o terceiro não foi porque ficou doente.[12]
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ Machado, José Pedro. Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, verbete "Dátis".
- ↑ Martirosyan 2021, p. 23.
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 18.
- ↑ Justi 1895, p. 81.
- ↑ Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 94 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ a b Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 97 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ a b Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 98 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ a b Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 101 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 102 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ a b Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 118 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 119 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ Heródoto, Histórias, Livro VII, Polímnia, 88 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Հմայեակ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung
- Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências