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Açafrão-da-terra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAçafrão-da-terra
Curcuma longa
Curcuma longa
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Zingiberidae
Ordem: Zingiberales
Família: Zingiberaceae
Género: Curcuma
Espécie: C. longa
Nome binomial
Curcuma longa
Linnaeus

O açafrão-da-terra (Curcuma longa), conhecido também como cúrcuma, turmérico, raiz-de-sol, açafrão-da-índia, açafroa e gengibre amarelo, é uma planta herbácea da família do gengibre (Zingiberaceae), originária da Ásia (Índia e Indonésia). Da sua raiz seca e moída se obtém uma especiaria homónima, utilizada como condimento ou corante de cor amarela e brilhante, na culinária e no preparo de medicamentos.

Não deve ser confundido com a especiaria extraída das flores de Crocus sativus, chamada somente de açafrão.

O nome cúrcuma provém do sânscrito kuṅkuma, através do árabe كركم, curcum ou do hebraico כרכֹם carcom. A palavra turmérico, por sua vez, tem seu primeiro registro no século XVI, oriunda do latim terra meritare, ou "terra meritória".[1]

É uma planta perene com ramificações laterais compridas. A parte utilizada da planta é o rizoma (caule parcialmente ou totalmente subterrâneo, horizontal, com reservas, capaz de formar raízes, folhas e flores/fruto), que externamente apresenta uma coloração esbranquiçada ou acinzentada e internamente amarelada. Do rizoma saem as folhas e as hastes florais. Reproduz-se por pedaços do rizomas que apresentam gemas (olhos) com plantio em solo argiloso, fértil e de fácil drenagem. Depois da planta adaptada ao local, alastra-se, pois o rizoma principal emite numerosos rizomas laterais. É uma planta difícil de ser destruída. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos amarelos intensos.

Usos na culinária

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A sua característica principal é a forte cor amarela que transfere aos alimentos. Usado para colorir laticínios, bebidas e mostarda, em cozidos, sopas, ensopados, molhos, peixes, pratos à base de feijão, receitas com ovos, maioneses, massas, frango, batatas, couve-flor e até pães. Deve ser dissolvido em um caldo quente antes de ser incorporado a uma receita. É um ingrediente essencial para acentuar o sabor e dar cor a muitos pratos da cozinha indiana, principalmente arroz.

É um dos componentes do tempero pó de caril, típico das culinárias do sul da Ásia e indo-portuguesa.

Propriedades medicinais

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Possui o composto ativo curcumina, que, juntamente com outros curcuminóides, têm sido estudado pela medicina para a prevenção e o tratamento de diversas condições médicas.[2] Porém, a qualidade de muitos estudos e da interpretação dos resultados têm sido contestados.[3]

Os potenciais benefícios alegados incluem: atividade anti-inflamatória;[4] ação antioxidante;[5] redução do nível de glicose no sangue em pacientes com diabetes;[6] redução de fatores de risco associados a doenças cardiovasculares;[7] tratamento do mal de Alzheimer;[8] e prevenção de câncer.[9]

Apesar dos potenciais benefícios para a saúde, a curcumina é mal absorvida pelo trato gastrointestinal, sendo quase totalmente excretada nas fezes; portanto o consumo por via oral produz apenas traços da substância no sangue.[10]

  • Joaquim de Almeida Pinto. Diccionario de botanica brasileira. 1873.

Referências

  1. Littré. «Dictionnaire de la langue française (Littré)» (em francês). Consultado em 15 de Agosto de 2018 
  2. Pagano, Ester; Romano, Barbara; Izzo, Angelo A.; Borrelli, Francesca (agosto de 2018). «The clinical efficacy of curcumin-containing nutraceuticals: An overview of systematic reviews». Pharmacological Research. 134: 79–91. ISSN 1043-6618. doi:10.1016/j.phrs.2018.06.007 
  3. Nelson, Kathryn M.; Dahlin, Jayme L.; Bisson, Jonathan; Graham, James; Pauli, Guido F.; Walters, Michael A. (11 de janeiro de 2017). «The Essential Medicinal Chemistry of Curcumin». Journal of Medicinal Chemistry (em inglês). 60 (5): 1620–1637. ISSN 0022-2623. PMC 5346970Acessível livremente. PMID 28074653. doi:10.1021/acs.jmedchem.6b00975 
  4. Sahebkar, Amirhossein; Cicero, Arrigo F.G.; Simental-Mendía, Luis E.; Aggarwal, Bharat B.; Gupta, Subash C. (maio de 2016). «Curcumin downregulates human tumor necrosis factor-α levels: A systematic review and meta-analysis ofrandomized controlled trials». Pharmacological Research. 107: 234–242. ISSN 1043-6618. doi:10.1016/j.phrs.2016.03.026 
  5. Panahi, Yunes; Hosseini, Mahboobeh Sadat; Khalili, Nahid; Naimi, Effat; Majeed, Muhammed; Sahebkar, Amirhossein (dezembro de 2015). «Antioxidant and anti-inflammatory effects of curcuminoid-piperine combination in subjects with metabolic syndrome: A randomized controlled trial and an updated meta-analysis». Clinical Nutrition. 34 (6): 1101–1108. ISSN 0261-5614. doi:10.1016/j.clnu.2014.12.019 
  6. Melo, Ingrid Sofia Vieira de; Santos, Aldenir Feitosa dos; Bueno, Nassib Bezerra (fevereiro de 2018). «Curcumin or combined curcuminoids are effective in lowering the fasting blood glucose concentrations of individuals with dysglycemia: Systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials». Pharmacological Research. 128: 137–144. ISSN 1043-6618. doi:10.1016/j.phrs.2017.09.010 
  7. Qin, Si; Huang, Lifan; Gong, Jiaojiao; Shen, Shasha; Huang, Juan; Ren, Hong; Hu, Huaidong (11 de outubro de 2017). «Efficacy and safety of turmeric and curcumin in lowering blood lipid levels in patients with cardiovascular risk factors: a meta-analysis of randomized controlled trials». Nutrition Journal (em inglês). 16 (1). ISSN 1475-2891. PMC 5637251Acessível livremente. PMID 29020971. doi:10.1186/s12937-017-0293-y 
  8. Mishra, Shrikant; Palanivelu, Kalpana (2008). «The effect of curcumin (turmeric) onAlzheimer′s disease: An overview». Annals of Indian Academy of Neurology (em inglês). 11 (1). 13 páginas. ISSN 0972-2327. PMC 2781139Acessível livremente. PMID 19966973. doi:10.4103/0972-2327.40220 
  9. Youssef, Khairia M.; El-Sherbeny, Magda A. (maio de 2005). «Synthesis and Antitumor Activity of Some Curcumin Analogs». Archiv der Pharmazie (em inglês). 338 (4): 181–189. ISSN 0365-6233. doi:10.1002/ardp.200400939 
  10. Ammon, Hermann; Wahl, Martin (fevereiro de 1991). «Pharmacology ofCurcuma longa». Planta Medica (em inglês). 57 (01): 1–7. ISSN 0032-0943. doi:10.1055/s-2006-960004 

Ligações externas

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