Xenofobia
Xenofobia (do grego antigo: ξένος (xénos), "estranho, estrangeiro ou alienígena", e φόβος (phóbos), "medo")[1] é o medo ou aversão a qualquer coisa que seja percebida como estrangeira ou estranha.[2][3][4] É uma expressão que se baseia na perceção de que existe um conflito entre um grupo interno e um externo e pode manifestar-se na suspeita das atividades de um grupo por parte de membros do outro grupo, num desejo de eliminar a presença do grupo alvo de suspeita e medo de perder uma identidade nacional, étnica ou racial.[5][6]
Definições alternativas
[editar | editar código-fonte]Um artigo de revisão de 1997 sobre a xenofobia afirma que esta é “um elemento de uma luta política sobre quem tem o direito de ser cuidado pelo Estado e pela sociedade: uma luta pelo bem coletivo do Estado moderno”.[7]
Segundo o sociólogo italiano Guido Bolaffi, a xenofobia também pode ser exibida como uma "exaltação acrítica de outra cultura" à qual é atribuída "uma qualidade irreal, estereotipada e exótica".[5]
História
[editar | editar código-fonte]África Antiga
[editar | editar código-fonte]No Antigo Egito, os estrangeiros eram percecionados através de um complexo discurso xenófobo. Dada a longa e gloriosa história do Antigo Egito, os egípcios encontraram vários povos diferentes. Os povos que vivem nas atuais Grécia, Sudão e Turquia, por exemplo, eram referidos através de diversos nomes em egípcio. Segundo uma fonte, "... todos os nomes têm no final o mesmo sinal hieroglífico – um determinante ou taxograma – indicando o grupo de palavras. Este é o hieróglifo para um país montanhoso ou deserto - indicando uma "terra estrangeira" (khaset)... Pelo contrário, o Egito (Kemet / Terra Negra) é escrito com o determinante para uma cidade. Isso indica que os egípcios consideravam a sua parte do mundo como culta, ordenada e civilizada, enquanto que os outros países não o eram". Isto indica um dos primeiros exemplos de uma atitude xenófoba em relação aos outros povos. Para além disso, os antigos hieróglifos egípcios indicam ideias xenófobas relativas à necessidade de conquistar os não-egípcios, com os hititas, em particular, a serem referidos como "vis".[9][10]
Europa Antiga
[editar | editar código-fonte]Um dos primeiros exemplos do sentimento xenófobo na cultura ocidental é a difamação dos estrangeiros pela Grécia Antiga como "bárbaros", a crença de que o povo e a cultura dos gregos eram superiores a todos os outros povos e culturas e a conclusão subsequente de que os bárbaros estavam naturalmente destinados a serem escravizados.[11]
Os antigos romanos também tinham noções de superioridade sobre outros povos. Isto é comprovado, por exemplo, num discurso atribuído a Manius Acilius Balbus:[12]
Os negros africanos eram considerados especialmente exóticos, e talvez fossem considerados ameaçadoramente estrangeiros, por isso raramente são mencionados na literatura romana, ou quando o são, nunca sem as diversas conotações negativas. O historiador Apiano afirmou que o comandante militar Marco Júnio Bruto, antes da batalha de Filipos no ano de 42 a.C., encontrou um “etíope” fora dos portões do seu acampamento: os seus soldados instantaneamente cortaram o homem em pedaços, entendendo a sua aparência como um péssimo presságio – para os supersticiosos romanos, o preto era a cor da morte".[13]
COVID-19
[editar | editar código-fonte]A pandemia da COVID-19, que foi relatada pela primeira vez na cidade de Wuhan, Hubei, China, em dezembro de 2019, levou a um aumento dos atos e manifestações de sinofobia, bem como do preconceito, xenofobia, discriminação, violência e racismo contra os indivíduos de ascendência e aparência do Leste Asiático e do Sudeste Asiático em todo o mundo. Com a propagação da pandemia e a formação dos focos da COVID-19, como os da Ásia, Europa e Américas, a discriminação contra as pessoas destas focos de contágio foram amplamente relatados.[14][15][16]
Manifestações regionais
[editar | editar código-fonte]Parte de uma série sobre |
Discriminação |
---|
Discriminação social Anatomia e fisiologia
Idade Orientação sexual, identidade de gênero e sexualidade humana |
Discriminação étno-cultural
|
Discriminação religiosa |
Manifestações |
Movimentos Discriminatórios
Antidiscriminatórios |
Políticas Discriminatórias
Antidiscriminatórias |
Américas
[editar | editar código-fonte]Brasil
[editar | editar código-fonte]Apesar da maioria da população do país ser de herança mista (parda), africana ou indígena, as representações dos brasileiros não-europeus na programação da maioria das redes de televisão nacionais são escassas e normalmente relegadas aos músicos/seus próprios programas. No caso das telenovelas, os brasileiros de tom de pele mais escuro são normalmente retratados como donas de casa ou em posições de menor nível socioeconômico (socioeconómico).[17][18][19][20][21]
Venezuela
[editar | editar código-fonte]Na Venezuela, tal como noutros países da América do Sul, a desigualdade económica divide-se frequentemente em linhas étnicas e raciais. Um estudo académico sueco de 2013 concluiu que a Venezuela era o país mais racista das Américas, seguido pela República Dominicana.[22]
Estados Unidos
[editar | editar código-fonte]Num relatório de 2010, uma rede de mais de 300 organizações de direitos civis e de direitos humanos sediadas nos EUA declarou que “a discriminação permeia todos os aspetos da vida nos Estados Unidos e se estende a todas as comunidades de cor”. Descriminação contra minorias raciais, étnicas e religiosas é amplamente reconhecida, especialmente no caso dos afro-americanos e dos povos da diáspora africana nos Estados Unidos, bem como de outros grupos étnicos.[23]
Os membros de todos os principais grupos minoritários étnicos e religiosos norte-americanos perceberam a discriminação nas suas relações com os membros de outros grupos raciais e religiosos minoritários. O filósofo Cornel West argumentou que “o racismo é um elemento integrante da própria estrutura da cultura e da sociedade norte-americana. Está incorporado na primeira definição coletiva do país, enunciado nas suas leis subsequentes, e imbuído no seu modo de vida dominante”.[24]
Um inquérito de 2019 realizado pelo Pew Research Center sugeriu que 76% dos entrevistados negros e asiáticos tinham sofrido alguma forma de discriminação, pelo menos de vez em quando. Estudos realizados pela PNAS e pela Nature descobriram que durante os controlos do trânsito, os polícias (policiais) falavam com os homens negros num tom menos respeitoso do que com os homens brancos e esses mesmos estudos também descobriram que os condutores (motoristas) negros têm maior probabilidade de serem parados e revistados pela polícia do que condutores (motoristas) brancos. Os negros também são supostamente representados como criminosos na media. Em 2020, a pandemia da COVID-19 foi frequentemente atribuída à China, levando a ataques aos sino-americanos. Isto representa uma continuação dos ataques xenófobos contra os sino-americanos iniciados há cerca de 150 anos.[25][26][27]
Ásia
[editar | editar código-fonte]Butão
[editar | editar código-fonte]Em 1991-92, o Butão deportou entre 10.000 e 100.000 nepaleses étnicos (Lhotshampa). O número real de refugiados que foram inicialmente deportados é debatido por ambos os lados. Em março de 2008, esta população iniciou um reassentamento plurianual em terceiros países, incluindo os EUA, Canadá, Nova Zelândia, Noruega, Dinamarca, Países Baixos e Austrália.[28]
China
[editar | editar código-fonte]Os Boxers
[editar | editar código-fonte]A Revolta dos Boxer foi um violento levantamento antiestrangeiro, anticristão e antiimperialista que ocorreu na China entre 1899 e 1901. Foi liderado por um novo grupo, a "Milícia Unida pela Justiça", um grupo que era popularmente conhecido como os Boxers porque muitos dos seus membros praticavam artes marciais chinesas e, na época, essas artes marciais eram popularmente chamadas como Boxe Chinês. Após a derrota da China na guerra pelo Japão em 1895, os habitantes do norte da China temiam a expansão das esferas de influência estrangeiras e ressentiram-se com a expansão dos privilégios aos missionários cristãos. Durante uma seca severa, a violência dos Boxers espalhou-lhe por Xantum e pela Planície do Norte da China, destruindo propriedades estrangeiras, atacando ou assassinando missionários cristãos e cristãos chineses. Em junho de 1900, os lutadores Boxers, convencidos de que eram invulneráveis às armas estrangeiras, convergiram para Pequim, e o seu slogan era "Apoie o governo Qing e extermine os estrangeiros". Diplomatas, missionários, soldados e alguns cristãos chineses refugiaram-se no Bairro da Legação diplomática. Ali foram sitiados durante 55 dias pelo Exército Imperial do governo chinês e pelos Boxers. George Makari diz que os Boxers "promoveram um ódio violento contra todos aqueles de outras terras e não fizeram nenhum esforço para distinguir os beneficentes dos vorazes... Eles eram descaradamente xenófobos". Os Boxers foram derrotados pela Aliança das Oito Nações composta por tropas norte-americanas, austro-húngaras, britânicas, francesas, alemãs, italianas, japonesas e russas — 20.000 no total — que invadiram a China para levantar o cerco em agosto de 1900. Os aliados impuseram o Protocolo Boxer em 1901, com uma enorme indemnização anual em dinheiro a ser paga pelo governo chinês. O episódio gerou atenção mundial e denúncia da xenofobia chinesa.[29][30]
Nacionalismo chinês e xenofobia
[editar | editar código-fonte]A historiadora Mary C. Wright argumentou que a combinação do nacionalismo chinês e da xenofobia teve um grande impacto na visão chinesa do mundo na primeira metade do século XX. Analisando a amargura e o ódio que existiam contra os norte-americanos e europeus nas décadas anteriores à tomada do poder comunista de 1949, Mary C. Wright argumenta:[31][32]
COVID 19
[editar | editar código-fonte]Na China, a xenofobia contra residentes não chineses foi agravada pela pandemia da COVID-19 na China continental, com os estrangeiros a serem descritos pelas autoridades como “lixo estrangeiro” e alvo de “descarte”. Algumas pessoas negras na China foram despejadas das suas casas pela polícia e obrigadas a deixar a China no prazo de 24 horas, devido à desinformação de que eles e outros estrangeiros estavam a espalhar o vírus. Expressões de xenofobia chinesa e práticas discriminatórias, como a exclusão dos clientes negros dos restaurantes, foram criticadas por governos estrangeiros e membros do corpo diplomático.[33][34][35][36]
Hong Kong
[editar | editar código-fonte]Os negros em Hong Kong sofreram comentários negativos e casos de discriminação no mercado de trabalho e nos transportes públicos. Os expatriados e as minorias do Sul da Ásia enfrentaram um aumento da xenofobia durante a pandemia da COVID-19.[37][38][39][40]
Perseguição aos Uigures
[editar | editar código-fonte]Desde 2017, a China tem sido alvo de intensas críticas internacionais pelo tratamento dado a um milhão de muçulmanos (a maioria deles são uigures, uma minoria étnica turca principalmente em Xinjiang) que estão detidos em campos de detenção secretos sem qualquer processo legal. Os críticos da política descreveram-na como a Sinização ou Chinização de Xinjiang e também a chamaram de etnocídio ou genocídio cultural.[41][42][43]
Médio Oriente
[editar | editar código-fonte]Egito
[editar | editar código-fonte]O líder da Irmandade Muçulmana egípcia, Mohammed Mahdi Akef, denunciou o que chamou de "o mito do Holocausto" em defesa da sua negação feita ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Num artigo de outubro de 2000, o colunista Adel Hammoda alegou no jornal estatal egípcio al-Ahram que os judeus fazem Pão Ázimo (Matza) com o sangue das crianças não-judias (ver libelo de sangue). Mohammed Salmawy, editor do Al-Ahram Hebdo, "defendeu o uso dos velhos mitos europeus como o libelo de sangue contra os judeus" nos seus jornais.[44][45]
Europa
[editar | editar código-fonte]Portugal
[editar | editar código-fonte]Entre 2017 e 2021, as denúncias de xenofobia contra brasileiros em Portugal cresceram 505%, segundo balanço da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial do país.[46][47]
Segundo dados recolhidos pela agência Lusa, junto da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana, houve um crescimento de 38% nos crimes de ódio em Portugal em 2023.[48]
Em 2024, numa altura em que grupos de extrema-direita portugueses estavam a convocar na Internet uma manifestação sob o lema "Contra a islamização da Europa" na zona do Martim Moniz, em Lisboa, (onde se concentram imigrantes), o presidente Marcelo Rebelo de Sousa deixou um apelo numa mensagem escrita, publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, e reforçou o alerta para que "não desmobilizemos do combate a todas as formas de racismo, antissemitismo, discriminação, xenofobia e homofobia, e lutarmos pela solidariedade e fraternidade humanas, ontem como hoje."[49]
Rússia
[editar | editar código-fonte]Lien Verpoest explora a era das guerras napoleónicas para identificar a formação das ideias conservadoras que vão do tradicionalismo ao patriotismo ardente e à xenofobia. Os conservadores geralmente controlaram a Rússia no século XIX e impuseram a xenofobia na educação e na academia. No final do século XIX, especialmente depois das revoltas nacionalistas na Polónia na década de 1860, o governo demonstrou xenofobia na sua hostilidade para com as minorias étnicas que não falavam russo. A decisão foi reduzir o uso de outras línguas e insistir na russificação.[50][51]
No início do século XX, a maioria dos judeus europeus vivia na chamada Pale do Assentamento, a fronteira ocidental do Império Russo que consistia geralmente nos atuais países da Polónia, Lituânia, Bielorrússia (Belarus) e regiões vizinhas. Muitos pogroms acompanharam a Revolução de 1917 e a Guerra Civil Russa que se seguiu. Estima-se que 70.000 a 250.000 judeus civis foram mortos nas atrocidades em todo o antigo Império Russo; o número de órfãos judeus ultrapassou as 300.000 pessoas.[52][53]
Durante a era da guerra civil (1917-1922), tanto os bolcheviques como os brancos empregaram o nacionalismo e a xenofobia como armas para deslegitimar a oposição.[54]
Após a Segunda Guerra Mundial, a política nacional oficial consistia em trazer estudantes de países comunistas da Europa Oriental e da Ásia para a formação avançada em funções de liderança comunista. Esses estudantes encontraram forte xenofobia no campus. Eles sobreviveram mantendo-se unidos, mas desenvolveram uma hostilidade em relação à liderança soviética. Mesmo após a queda do comunismo, os estudantes estrangeiros enfrentaram hostilidade no campus.[55]
Na década de 2000, os "skinheads" eram especialmente visíveis no ataque a qualquer coisa estrangeira. Racismo contra cidadãos russos (povos do Cáucaso, povos indígenas da Sibéria e do Extremo Oriente russo, etc.) e cidadãos não-russos africanos, centro-asiáticos, asiáticos orientais (vietnamitas, chineses, etc.) e europeus (ucranianos, etc.) tornou-se uma ocorrência significativa e habitual.[56]
Utilizando as investigações de 1996, 2004 e 2012, Hannah S. Chapman, et al. relata um aumento constante nas atitudes negativas dos russos em relação a sete grupos externos. Especialmente os moscovitas tornaram-se mais xenófobos. Em 2016, a Radio Free Europe/Radio Liberty informou que "os investigadores que rastreiam a xenofobia na Rússia registaram uma diminuição "impressionante" nos crimes de ódio, à medida que as autoridades parecem ter aumentado a pressão sobre os grupos de extrema direita". David Barry utiliza inquéritos para investigar a crença particularista e xenófoba de que todos os cidadãos deveriam aderir à religião ortodoxa dominante na Rússia. É comum entre os russos étnicos e está a aumentar.[57][58][59]
Uma pesquisa GlobeScan/BBC World Service de 2016 descobriu que 79% dos entrevistados russos desaprovavam a aceitação dos refugiados sírios, a maior percentagem entre 18 países investigados.[60][61]
África
[editar | editar código-fonte]Costa do Marfim
[editar | editar código-fonte]Nos últimos anos, a Costa do Marfim assistiu a um ressurgimento do ódio étnico-tribal e da intolerância religiosa. Para além das muitas vítimas entre as diversas tribos das regiões norte e sul do país que pereceram no conflito em curso, os estrangeiros brancos que residem ou visitam a Costa do Marfim também são sujeitos a ataques violentos. De acordo com um relatório da Human Rights Watch, o governo da Costa do Marfim é culpado de fomentar o ódio étnico para os seus próprios fins políticos.[62]
Em 2004, os Jovens Patriotas (Congrès Panafricain des Jeunes et des Patriotes) de Abidjã, uma organização fortemente nacionalista, mobilizada pelos meios de comunicação estatais, saquearam bens de cidadãos estrangeiros em Abidjã. Os apelos à violência contra os brancos e os não-marfinenses são transmitidos na rádio e na televisão nacionais depois dos Jovens Patriotas tomarem o controlo das suas redações. Seguiram-se violações, espancamentos e assassinatos de pessoas de ascendência europeia e libanesa. Milhares de expatriados e libaneses-marfinenses brancos ou étnicos fugiram do país. Os ataques atraíram a condenação internacional.[63][64]
Mauritânia
[editar | editar código-fonte]A escravatura na Mauritânia persiste apesar da sua abolição em 1980 e afeta principalmente os descendentes dos africanos negros raptados para a escravatura que agora vivem na Mauritânia como os "mouros negros" ou haratin e que ainda servem parcialmente os "mouros brancos", ou bidhan, como escravos. A prática da escravatura na Mauritânia é mais dominante na tradicional classe alta dos mouros. Durante séculos, a classe baixa haratin, na sua maioria africanos negros pobres que vivem nas áreas rurais, foram considerados escravos naturais por estes mouros. As atitudes sociais mudaram entre a maioria dos mouros urbanos, mas nas áreas rurais, a antiga divisão permanece.[65][66]
Níger
[editar | editar código-fonte]Em outubro de 2006, o Níger anunciou que deportaria para o Chade os "Árabes Diffa", árabes que viviam na região de Diffa, no leste do Níger. A sua população era de cerca de 150.000. Enquanto o governo detinha os árabes num preparativo para a sua deportação, duas raparigas morreram, alegadamente depois de fugirem das forças governamentais, e três mulheres sofreram abortos espontâneos. O governo do Níger acabou suspendendo a controversa decisão de deportar os árabes.[67][68][69]
África do Sul
[editar | editar código-fonte]A xenofobia na África do Sul esteve presente tanto na era do apartheid como na era pós-apartheid. A hostilidade entre os britânicos e os bôeres, exacerbada pela Segunda Guerra dos Bôeres, levou à rebelião dos africânderes pobres que saquearam as lojas de propriedade britânica. A África do Sul também aprovou inúmeras leis destinadas a impedir a entrada de indianos, como a Lei de Regulamentação de Imigrantes de 1913, que previa a exclusão de "indesejáveis", um grupo de pessoas que incluía os indianos. Isto efetivamente interrompeu a imigração indiana. A Portaria da Franquia Municipal de 1924 pretendia "privar os índios da franquia municipal". Atitudes xenófobas em relação aos chineses também estiveram presentes, por vezes sob a forma de roubos ou sequestros, e um caso de discurso de ódio em 2018 foi levado a tribunal no ano seguinte, com 11 infratores em julgamento.[70][71][72][73]
Em 1994 e 1995, bandos de jovens armados destruíram as casas de cidadãos estrangeiros que viviam em Joanesburgo, exigindo que a polícia trabalhasse para os repatriar para os seus países de origem. Em 2008, uma onda amplamente documentada de ataques xenófobos ocorreu em Joanesburgo. Estima-se que dezenas de milhares de migrantes foram deslocados; propriedades, empresas e casas foram amplamente saqueadas. O número de mortos após o ataque foi de 56.[74][75][76][77][78]
Em 2015, outra série amplamente documentada de ataques xenófobos ocorreu na África do Sul, principalmente contra os imigrantes zimbabuanos. Isto seguiu-se às observações do Rei Zulu, Goodwill Zwelithini kaBhekuzulu, afirmando que os imigrantes deveriam "fazer as malas e partir". Até 20 de Abril de 2015, 7 pessoas tinham morrido e mais de 2.000 estrangeiros tinham sido deslocados.[79]
Após os motins e assassinatos de outros africanos em 2008 e 2015, a violência eclodiu novamente em 2019.[80]
Sudão
[editar | editar código-fonte]No Sudão, os negros africanos cativos na guerra civil foram muitas vezes escravizados e as prisioneiras foram frequentemente abusadas sexualmente, com os seus captores árabes alegando que a lei islâmica lhes concede essa permissão. De acordo com a CBS News, os escravos foram vendidos por US$ 50 cada um. Em setembro de 2000, o Departamento de Estado dos EUA alegou que "o apoio do governo sudanês à escravatura e a sua ação militar contínua, que resultou em numerosas mortes, devem-se em parte às crenças religiosas das vítimas". Jok Madut Jok, professor de História na Loyola Marymount University, afirma que o rapto de mulheres e crianças do sul é escravidão em qualquer definição. O governo do Sudão considera que toda a questão não passa das meras faidas (ou vendetas) tribais tradicionais pelos recursos.[81][82][83][84]
Uganda
[editar | editar código-fonte]As ex-colónias britânicas na África Subsaariana têm muitos cidadãos descendentes do Sul da Ásia. Eles foram trazidos da Índia Britânica pelo Império Britânico para fazer trabalho administrativo no serviço imperial. O caso mais proeminente de racismo anti-indiano foi a limpeza étnica da minoria indiana (designada por asiática) no Uganda pelo ditador, homem-forte e violador dos direitos humanos Idi Amin.[85][86]
Oceânia
[editar | editar código-fonte]Austrália
[editar | editar código-fonte]A Lei de Restrição da Imigração de 1901 (política da Austrália Branca) proibiu efetivamente as pessoas de ascendência não europeia de imigrar para a Austrália. Nunca houve qualquer política específica intitulada como tal, mas o termo foi inventado mais tarde para encapsular uma coleção de políticas que foram concebidas para excluir as pessoas da Ásia (particularmente da China) e das Ilhas do Pacífico (particularmente da Melanésia) de imigrarem para a Austrália. Os governos Menzies e Holt desmantelaram efetivamente as políticas entre 1949 e 1966 e o governo Whitlam aprovou leis para garantir que a raça seria totalmente desconsiderada como uma componente da imigração para a Austrália em 1973.[87][88][89]
Os motins de Cronulla em 2005 foram uma série de motins raciais e surtos de violência popular no subúrbio a sul de Sydney, Cronulla, que resultaram de relações tensas entre anglo-célticos e australianos libaneses (predominantemente muçulmanos). Avisos de viagem para a Austrália foram emitidos por alguns países, mas foram posteriormente removidos. Em dezembro de 2005, eclodiu uma briga entre um grupo de salva-vidas voluntários do surf (Surf Life Saving Club) e jovens libaneses. Estes incidentes foram considerados um fator-chave num confronto de motivação racial no fim de semana seguinte. A violência espalhou-se para outros subúrbios a sul de Sydney, onde ocorreram mais agressões, incluindo dois esfaqueamentos e ataques a ambulâncias e agentes da polícia.[90][91]
Em 30 de maio de 2009, estudantes indianos protestaram contra o que alegaram serem ataques racistas, bloqueando as ruas no centro de Melbourne. Milhares de estudantes reuniram-se em frente ao Royal Melbourne Hospital, onde uma das vítimas foi internada. À luz deste evento, o governo australiano iniciou uma linha de apoio para estudantes indianos relatarem tais incidentes. A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, classificou estes ataques como "perturbadores" e apelou à Austrália para investigar mais aprofundadamente estes assuntos.[92][93][94]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lusofobia, hostilidade para com os portugueses, hostilidade para com pessoas de ascendência portuguesa, antipatia pela cultura portuguesa, antipatia por Portugal e antipatia pela língua portuguesa
- Hispanofobia, hostilidade para com os espanhóis, hostilidade para com pessoas de ascendência espanhola, antipatia pela cultura espanhola, antipatia pela Espanha e antipatia pela língua castelhana (espanhola)
- Grande Substituição
- Eurábia, a explicação de que a cultura da Europa está a ser arabizada e islamizada e a crença de que as anteriores alianças da Europa com os Estados Unidos e Israel estão a ser minadas
- Plano Kalergi
- Críticas ao multiculturalismo
- Declinismo
- Reconquista (México)
- Perigo Amarelo
- Os Protocolos dos Sábios de Sião
- Afrofobia, hostilidade para com África, africanos e pessoas de ascendência africana
- Anti-intelectualismo
- Aporofobia, hostilidade para com os pobres
- Personalidade autoritária
- Teoria da conspiração do genocídio negro, a noção de que os afro-americanos foram submetidos ao genocídio por meio do controle de natalidade por causa do racismo contra os afro-americanos
- Chauvinismo
- Conformidade
- Genocídio cultural
- Discriminação com base na cor da pele
- Limpeza étnica
- Etnocentrismo
- Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (European Commission against Racism and Intolerance, ECRI)
- Assimilação forçada
- Genocídio
- Lista de fobias
- Nacionalismo
- Nativismo (política)
- A negrofobia (também chamada de anti-negritude) é caracterizada pelo medo, ódio ou extrema aversão aos negros e aos mestiços do Cabo ou Coloured e à cultura negra e mestiça
- Oposição à imigração
- Estrangeiro perpétuo (perpetual foreigner)
- Perigo desconhecido
- Supremacismo
- Überfremdung, um termo alemão para a excessiva imigração
- Warhammer 40.000
- Xenocentrismo
- Xenofilia
Leituras adicionais
[editar | editar código-fonte]- O'Neill, Claire. «The "Othering" of Disease: Xenophobia During Past Pandemics». The Wiley Network
- Akinola, Adeoye O. ed. The Political Economy of Xenophobia in Africa (Springer, 2018) 128 pp.
- Auestad, Lene, ed. Nationalism and the Body Politic: Psychoanalysis and the Rise of Ethnocentrism and Xenophobia. (Karnac Books, 2013).
- Bernasconi, Robert. "Where is xenophobia in the fight against racism?." Critical Philosophy of Race 2.1 (2014): 5–19. em linha (online)
- Bordeau, Jamie. Xenophobia (The Rosen Publishing Group, 2009).
- Dovido, John F., Kerry Kawakami, and Kelly R. Beach. "Implicit and Explicit Attitudes: Examination of the Relationship between Measures of Intergroup Bias." in Blackwell Handbook of Social Psychology: Intergroup Processes ed by R. Brown and S. Gaertner, (Blackwell, 2003) pp. 175–197.
- Cantle, Ted (2005). «Prejudice, Discrimination and the 'Fear of Difference'». Community Cohesion. London, UK: Palgrave Macmillan. pp. 91–115. ISBN 978-0-230-50871-2. doi:10.1057/9780230508712_4
- Frayling, Christopher/ The Yellow Peril: Dr. Fu Manchu and the Rise of Chinaphobia (2014); role of popular culture in promoting xenophobia against Chinese. exemplar
- Gray, Christopher J. "Cultivating citizenship through xenophobia in Gabon, 1960–1995." Africa today 45.3/4 (1998): 389–409 em linha (online)
- Harrison, Faye V. Resisting Racism and Xenophobia: Global Perspectives on Race, Gender, and Human Rights (2005)
- Hjerm, Mikael. "Education, xenophobia and nationalism: A comparative analysis." Journal of ethnic and Migration Studies 27.1 (2001): 37–60. em linha (online)
- Neocosmos, Michael. From 'Foreign Natives' to 'Native Foreigners': Explaining Xenophobia in Post-apartheid South Africa, Citizenship and Nationalism, Identity and Politics (2010).
- Nyamnjoh, Francis B. Insiders and Outsiders: Citizenship and Xenophobia in Contemporary Southern Africa (Zed, 2006)
- Quillian, Lincoln. "New approaches to understanding racial prejudice and discrimination." Annual Review of Sociology 32 (2006): 299–328. New Approaches to Understanding Racial Prejudice and Discrimination
- Rydgren, Jens. "The logic of xenophobia." Rationality and society 16.2 (2004): 123–148.
- Schlueter, Elmar, Anu Masso, and Eldad Davidov. "What factors explain anti-Muslim prejudice? An assessment of the effects of Muslim population size, institutional characteristics and immigration-related media claims." Journal of ethnic and migration studies 46.3 (2020): 649–664. em linha (online)
- Sundstrom, Ronald R., and David Haekwon Kim. "Xenophobia and racism." Critical philosophy of race 2.1 (2014): 20–45. em linha (online)
- Tafira, Hashi Kenneth. Xenophobia in South Africa: A History (Palgrave Macmillan, 2018).
- Yakushko, Oksana. Modern-Day Xenophobia: Critical Historical and Theoretical Perspectives on the Roots of Anti-Immigrant Prejudice (Springer. 2018) 129 pp, theoretical
Europa
[editar | editar código-fonte]- Bartram, David, and Erika Jarochova. "A longitudinal investigation of integration/multiculturalism policies and attitudes towards immigrants in European countries." Journal of Ethnic and Migration Studies (2021): 1–20. online Arquivado em 5 outubro 2021 no Wayback Machine
- Baumgartl, Bernd, and Adrian Favell, eds. New xenophobia in Europe (Martinus Nijhoff, 1995).
- Bukhair, Syed Attique Uz Zaman Hyder, et al. "Islamophobia in the West and Post 9/11 Era." International Affairs and Global Strategy 78 (2019): 23–32. em linha (online)
- Davidov, Eldad, et al. "Direct and indirect predictors of opposition to immigration in Europe: individual values, cultural values, and symbolic threat." Journal of Ethnic and Migration Studies 46.3 (2020): 553–573. em linha (online)
- De Master, Sara, and Michael K. Le Roy. "Xenophobia and the European Union." Comparative politics (2000): 419–436. em linha (online)
- Doty, Roxanne Lynn. Anti-Immigrantism in Western Democracies: Statecraft, desire and the politics of exclusion (Routledge, 2003).
- Finzsch, Norbert, and Dietmar Schirmer, eds. Identity and intolerance: nationalism, racism, and xenophobia in Germany and the United States (Cambridge UP, 2002) 16 essays by scholars.
- Harrison, Faye V. Resisting Racism and Xenophobia: Global Perspectives on Race, Gender, and Human Rights (2005)
- Heath, Anthony, et al. "Contested terrain: explaining divergent patterns of public opinion towards immigration within Europe." (2020): 475–488. online Arquivado em 5 outubro 2021 no Wayback Machine
- Jolly, Seth K., and Gerald M. DiGiusto. "Xenophobia and Immigrant Contact: French Public Attitudes Toward Immigration" The Social Science Journal (2014) 51#3: 464–473.
- Kende, Anna, and Péter Krekó. "Xenophobia, prejudice, and right-wing populism in East-Central Europe." Current Opinion in Behavioral Sciences 34 (2020): 29–33. Xenophobia, prejudice, and right-wing populism in East-Central Europe
- Krumpal, Ivar. "Estimating the Prevalence of Xenophobia and Anti-Semitism in Germany: A Comparison of Randomized Response and Direct Questioning." Social Science Research (2012) 41: 1387–1403.
- Makari, George. Of Fear and Strangers: A History of Xenophobia (2021), scholarly history focused on US and Europe; exemplar
- Minkenberg, Michael. "The Radical Right and Anti-Immigrant Politics in Liberal Democracies since World War II: Evolution of a Political and Research Field." Polity 53.3 (2021): 394–417.
- Quillian, Lincoln. "Prejudice as a response to perceived group threat: Population composition and anti-immigrant and racial prejudice in Europe." American Sociological Review (1995): 586–611. em linha (online)
- Schlueter, Elmar, Anu Masso, and Eldad Davidov. "What factors explain anti-Muslim prejudice? An assessment of the effects of Muslim population size, institutional characteristics and immigration-related media claims." Journal of ethnic and migration studies 46.3 (2020): 649–664. em linha (online)
- Scully, Richard, and Andrekos Varnava, ed. Comic Empires: Imperialism in Cartoons, Caricature, and Satirical Art (Manchester UP, 2020)
- Strabac, Zan, Toril Aalberg, and Marko Valenta. "Attitudes towards Muslim immigrants: Evidence from survey experiments across four countries." Journal of Ethnic and Migration Studies 40.1 (2014): 100–118.
- Tausch, Arno. "Muslim immigration continues to divide Europe: A quantitative analysis of European social survey data." Middle East Review of International Affairs 20.2 (2016). em linha (online)
- Thränhardt, Dietrich. "The political uses of xenophobia in England, France and Germany." Party politics 1.3 (1995): 323–345.
- Todd, Emmanuel. Who is Charlie? Xenophobia and the new middle class. Polity Press, 2015, France.
Estados Unidos da América
[editar | editar código-fonte]- Anbinder, Tyler. "Nativism and prejudice against immigrants," in A companion to American immigration, ed. by Reed Ueda (2006) pp. 177–201 exemplar
- Awan, Muhammad Safeer. "Global terror and the rise of xenophobia/Islamophobia: An analysis of American cultural production since September 11." Islamic Studies (2010): 521–537.
- Baker, Joseph O., David Cañarte, and L. Edward Day. "Race, xenophobia, and punitiveness among the American public." Sociological Quarterly 59.3 (2018): 363–383. em linha (online)
- Bennett, David H. The Party of Fear: The American Far Right from Nativism to the Militia Movement (U of North Carolina Press, 1988). em linha (online)
- FitzGerald, David Scott, and David Cook-Martín. Culling the Masses: The Democratic Origins of Racist Immigration Policy in the Americas (Harvard UP, 2014) exemplar
- Lee, Erika. "America first, immigrants last: American xenophobia then and now." Journal of the Gilded Age and Progressive Era 19.1 (2020): 3–18. online
- Lee, Erika. America for Americans: A History of Xenophobia in the United States (2019). The mnajor scholarly history; exemplar; ver também resumo em linha (online)
- Makari, George. Of Fear and Strangers: A History of Xenophobia (2021), scholarly history focused on US and Europe; exemplar
Referências
- ↑ Oxford Standard English Dictionary (OED). Oxford Press, 2004, versão CDROM.
- ↑ «Dictionary.com | Meanings & Definitions of English Words». Dictionary.com (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Definition of XENOPHOBIA». www.merriam-webster.com (em inglês). 10 de fevereiro de 2024. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Xenophobia | Meaning of Xenophobia by Lexico». web.archive.org. 31 de dezembro de 2019. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ a b Bolaffi, Guido; Bracalenti, Raffaele; Braham, Peter; Gindro, Sandro (2003). Dictionary of Race, Ethnicity and Culture. London: [s.n.]
- ↑ «International Migration, Racism, Discrimination and Xenophobia». Refworld (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Wimmer, Andreas (1 de janeiro de 1997). «Explaining xenophobia and racism: A critical review of current research approaches». Ethnic and Racial Studies (em inglês) (1): 17–41. ISSN 0141-9870. doi:10.1080/01419870.1997.9993946. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Joshanloo, Mohsen (7 de julho de 2022). «A global index of anti-immigrant xenophobia: associations with cultural dimensions, national well-being, and economic indicators in 151 nations». Politics, Groups, and Identities (em inglês): 1–10. ISSN 2156-5503. doi:10.1080/21565503.2022.2097097. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Cornelius, Sakkie (2010). «ANCIENT EGYPT AND THE OTHER». Scriptura: Journal for Biblical, Theological and Contextual Hermeneutics (em inglês): 322–340. ISSN 2305-445X. doi:10.7833/104-0-174. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Jacobs, Bruno. «Jacobs 2009, Grausame Hinrichtungen – friedliche Bilder. Zum Verhältnis der politischen Realität zu den Darstellungsszenarien der achämenidischen Kunst». M. Zimmermann (Hrsg.), Extreme Formen von Gewalt in Bild und Text des Altertums, Münchner Studien zur Alten Welt 5 (München 2009) 121-153. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Harrison, Thomas (2002). Greeks and Barbarians (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis
- ↑ Isaac, Benjamin (5 de março de 2006). The Invention of Racism in Classical Antiquity (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press
- ↑ «Appian of Alexandria | Roman Empire, Punic Wars, Civil Wars | Britannica». www.britannica.com (em inglês). 14 de fevereiro de 2024. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Reny, Tyler T.; Barreto, Matt A. (15 de março de 2022). «Xenophobia in the time of pandemic: othering, anti-Asian attitudes, and COVID-19». Politics, Groups, and Identities (em inglês) (2): 209–232. ISSN 2156-5503. doi:10.1080/21565503.2020.1769693. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ White, Alexandre I R (2020). «Historical linkages: epidemic threat, economic risk, and xenophobia». Lancet (London, England) (10232): 1250–1251. ISSN 0140-6736. PMC 7154503. PMID 32224298. doi:10.1016/S0140-6736(20)30737-6. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Devakumar, Delan; Shannon, Geordan; Bhopal, Sunil S; Abubakar, Ibrahim (2020). «Racism and discrimination in COVID-19 responses». Lancet (London, England) (10231). 1194 páginas. ISSN 0140-6736. PMC 7146645. PMID 32246915. doi:10.1016/S0140-6736(20)30792-3. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Rebelions_in_Bahia». web.archive.org. 21 de novembro de 2011. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Immigration and Xenophobia: Portuguese Immigrants in Early 19th Century Rio de Janeiro (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ Nunes, Rosana Barbosa (2000). «Portuguese Migration to Rio de Janeiro, 1822-1850». The Americas (1): 37–61. ISSN 0003-1615. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Immigration and Xenophobia: Portuguese Immigrants in Early 19th Century Rio de Janeiro». read.dukeupress.edu. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Nunes, Rosana Barbosa (1 de março de 2004). «Immigration, Xenophobia and the Whitening of the Brazilian Population». Journal of Transatlantic Studies (em inglês) (1): 59–74. ISSN 1754-1018. doi:10.1080/14794010408656807. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Gye, Hugo (16 de maio de 2013). «Map shows world's 'most racist' countries». Mail Online. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Factbox: U.S. report to U.N. Human Rights Council». Reuters. 5 de novembro de 2010
- ↑ West, Cornel (1982). Prophesy Deliverance!: An Afro-American Revolutionary Christianity (em inglês). [S.l.]: Westminster Press
- ↑ Cox, Juliana Menasce Horowitz, Anna Brown and Kiana (9 de abril de 2019). «Race in America 2019». Pew Research Center’s Social & Demographic Trends Project (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Gover, Angela R.; Harper, Shannon B.; Langton, Lynn (2020). «Anti-Asian Hate Crime During the COVID-19 Pandemic: Exploring the Reproduction of Inequality». American Journal of Criminal Justice (4): 647–667. ISSN 1066-2316. PMC 7364747. PMID 32837171. doi:10.1007/s12103-020-09545-1. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Huang, Junjian; Liu, Raymond (julho de 2020). «Xenophobia in America in the Age of Coronavirus and Beyond». Journal of Vascular and Interventional Radiology (7): 1187–1188. ISSN 1051-0443. PMC 7188638. PMID 32522506. doi:10.1016/j.jvir.2020.04.020. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Bhutan refugees are 'intimidated'» (em inglês). 7 de novembro de 2007. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Of Fear and Strangers». wwnorton.com (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ Cohen, Paul A. (janeiro de 1997). History in Three Keys: The Boxers as Event, Experience, and Myth. [S.l.]: Columbia University Press
- ↑ Wright, Mary C. (janeiro de 1959). «Modern China in Transition, 1900-1950». The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science (em inglês) (1): 1–8. ISSN 0002-7162. doi:10.1177/000271625932100102. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «China and the Foreigner, 1911 to 1950». read.dukeupress.edu. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «'Foreign garbage': Coronavirus intensifies hostility to expats in China». ABC News (em inglês). 8 de abril de 2020. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «After enduring months of lockdown, Africans in China are being targeted and evicted from apartments». Quartz (em inglês). 11 de abril de 2020. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ Marsh, Jenni (13 de abril de 2020). «Beijing faces a diplomatic crisis after reports of mistreatment of Africans in China causes outrage». CNN (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «'No blacks': Evicted, harassed and targeted in China for their race amid coronavirus». Los Angeles Times (em inglês). 16 de abril de 2020. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «Crossing Divides: Africans fight Hong Kong prejudice with football» (em inglês). 22 de abril de 2018. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «What it's like to be black and African in Hong Kong». South China Morning Post (em inglês). 2 de agosto de 2020. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «In Hong Kong, COVID-19 and Racism Make an Ugly Mix – The Diplomat». web.archive.org. 6 de maio de 2022. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «Opinion | Covid-19 shaming in Hong Kong needs to stop». South China Morning Post (em inglês). 15 de março de 2021. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «'Cultural genocide': China separating thousands of Muslim children from parents for 'thought education'». The Independent (em inglês). 5 de julho de 2019. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «UN: Unprecedented Joint Call for China to End Xinjiang Abuses | Human Rights Watch» (em inglês). 10 de julho de 2019. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ Smith Finley, Joanne (3 de julho de 2021). «Why Scholars and Activists Increasingly Fear a Uyghur Genocide in Xinjiang». Journal of Genocide Research (em inglês) (3): 348–370. ISSN 1462-3528. doi:10.1080/14623528.2020.1848109. Consultado em 24 de fevereiro de 2024
- ↑ «al-Ahram weekly». Library of Congress, Washington, D.C. 20540 USA. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Interpreting Egypt's anti-semitic cartoons» (em inglês). 10 de agosto de 2003. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Professor puxou minha filha pelo cabelo: agressão a brasileiros em Portugal». UOL. 22 de fevereiro de 2024. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «Visão | A onda de ódio contra os brasileiros em Portugal». Visão. 17 de dezembro de 2023. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «Crimes de ódio em Portugal subiram 38% em 2023». Expresso. 9 de fevereiro de 2024. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «"Discurso de ódio contra minorias não desapareceu": Marcelo pede mobilização contra todas as formas de racismo, antissemitismo e xenofobia». Expresso. 27 de janeiro de 2024. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ Verpoest, Lien (3 de setembro de 2017). «An Enlightened path towards conservatism: critical junctures and changing elite perceptions in early nineteenth-century Russia». European Review of History: Revue européenne d'histoire (em inglês) (5): 704–731. ISSN 1350-7486. doi:10.1080/13507486.2016.1233942. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Astakhova, A.V. (4 de maio de 2021). «Xenophobia in the Public and Pedagogical Thought of the Russian Empire of the Nineteenth and Early Twentieth Centuries (Pre-Soviet Period)». Russian Social Science Review (em inglês) (1-3): 16–22. ISSN 1061-1428. doi:10.1080/10611428.2021.1911135. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Anti-Semitism | History, Meaning, Facts, & Examples | Britannica». www.britannica.com (em inglês). 22 de fevereiro de 2024. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Rubinstein, Hilary L. (2002). The Jews in the Modern World: A History Since 1750 (em inglês). [S.l.]: Arnold
- ↑ NiNa.Az. «De Allieredes intervention i Den Russiske Borgerkrig». www.wikidata.da-dk.nina.az (em dinamarquês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Tromly, Benjamin (janeiro de 2014). «Brother or Other? East European Students in Soviet Higher Education Establishments, 1948–1956». European History Quarterly (em inglês) (1): 80–102. ISSN 0265-6914. doi:10.1177/0265691413511937. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Worger, Peter (1 de setembro de 2012). «A mad crowd: Skinhead youth and the rise of nationalism in post-communist Russia». Communist and Post-Communist Studies. Disintegration of the Soviet Union. Twenty Years Later. Assessment. Quo Vadis? (3): 269–278. ISSN 0967-067X. doi:10.1016/j.postcomstud.2012.07.015. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Chapman, Hannah S.; Marquardt, Kyle L.; Herrera, Yoshiko M.; Gerber, Theodore P. (2018). «Xenophobia on the Rise? Temporal and Regional Trends in Xenophobic Attitudes in Russia». Comparative Politics (3): 381–394. ISSN 0010-4159. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Balmforth, Tom (19 de fevereiro de 2016). «Hate Crimes Said Down In Russia As Kremlin Cracks Down On Nationalist Critics». Radio Free Europe/Radio Liberty (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Barry, David (27 de maio de 2019). «Ethnodoxy, national exceptionalism, and xenophobia: a case study of contemporary Russia». National Identities (em inglês) (3): 223–239. ISSN 1460-8944. doi:10.1080/14608944.2018.1431876. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Identity 2016: 'Global citizenship' rising, poll suggests». BBC News (em inglês). 28 de abril de 2016. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ globescan1 (27 de abril de 2016). «Global Citizenship A Growing Sentiment Among Citizens Of Emerging Economies: Global Poll». GlobeScan | Know your world. Lead the future. (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «BBC News | AFRICA | S Africa grapples with new racism». web.archive.org. 29 de maio de 2006. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «The night westerners were hunted for being white - Telegraph». web.archive.org. 13 de novembro de 2007. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Europeans flee Ivory Coast violence. 13/11/2004. ABC News Online». web.archive.org. 24 de março de 2009. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «The unspeakable truth about slavery in Mauritania». The Guardian (em inglês). 8 de junho de 2018. ISSN 0261-3077. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ CNN, John D. Sutter, Edythe McNamee. «Slavery's last stand - CNN.com». CNN. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Niger starts mass Arab expulsions» (em inglês). 26 de outubro de 2006. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Reuters AlertNet - Niger's Arabs say expulsions will fuel race hate». web.archive.org. 10 de novembro de 2008. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Niger's Arabs to fight expulsion» (em inglês). 25 de outubro de 2006. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Giliomee, Hermann (2003). The Afrikaners: Biography of a People (em inglês). [S.l.]: C. Hurst
- ↑ «Anti-Indian Legislation 1800s - 1959 | South African History Online». www.sahistory.org.za. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Kuo, Lily (30 de abril de 2017). «Chinese migrants have changed the face of South Africa. Now they're leaving.». Quartz (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Ho, Ufrieda (14 de março de 2019). «Hate speech case a message about racism, discrimination». Daily Maverick (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Xenophobic violence in democratic South Africa | South African History Online». www.sahistory.org.za. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Bearak, Barry; Dugger, Celia W. (20 de maio de 2008). «South Africans Take Out Rage on Immigrants». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ McGreal, Chris (19 de maio de 2008). «Thousands seek sanctuary as South Africans turn on refugees». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Thousands flee S Africa attacks» (em inglês). 19 de maio de 2008. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Patel, Khadija (27 de maio de 2013). «Analysis: The ugly truth behind SA's xenophobic violence». Daily Maverick (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Xenophobic violence in democratic South Africa | South African History Online». www.sahistory.org.za. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Xenophobic violence flares in South Africa». The Economist. ISSN 0013-0613. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Telegraph | News | Arab militia use 'rape camps' for ethnic cleansing of Sudan». web.archive.org. 3 de dezembro de 2005. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Islam and Slavery». web.archive.org. 12 de outubro de 2007. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «CNN.com - US - U.S. State Department report says 'religious intolerance remains far too common' around world - September 5, 2000». web.archive.org. 23 de setembro de 2008. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Jok, Jok Madut (2001). War and Slavery in Sudan. [S.l.]: University of Pennsylvania Press
- ↑ Patel, Hasu H. (dezembro de 1972). «General Amin and the Indian Exodus from Uganda». African Issues (em inglês) (4): 12–22. ISSN 0047-1607. doi:10.2307/1166488. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Patel, Hasu H. (1972). «General Amin and the Indian Exodus from Uganda». Issue: A Journal of Opinion (4): 12–22. ISSN 0047-1607. doi:10.2307/1166488. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Racism, the Australian experience : a study of race prejudice in Australia / edited by F.S. Stevens - Catalogue | National Library of Australia». catalogue.nla.gov.au (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Events that shaped Australia / [Wendy Lewis, Simon Balderstone and John Bowan] - Catalogue | National Library of Australia». catalogue.nla.gov.au (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Fact sheet – Abolition of the 'White Australia' Policy». web.archive.org. 19 de setembro de 2015. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Gender, Race and National Identity: Nations of Flesh and Blood». Routledge & CRC Press (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «Four Corners - 13/03/2006: Riot and Revenge». web.archive.org. 2 de janeiro de 2010. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «18 Indians detained for breaching Australia peace rally». The Times of India. 1 de junho de 2009. ISSN 0971-8257. Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ Topsfield, Jewel (11 de maio de 2009). «Helpline thrown to Indian students». The Age (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024
- ↑ «UN asks Australia to investigate 'root cause' of attacks on Indian». DNA India (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2024