Pogrom de Istambul
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Pogrom de Istambul | |
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Outros nomes | Motins de Istambul, Pogrom de Constantinopla, Eventos de Setembro |
Participantes | População; "Grupo de Mobilização Tática" do Exército da Turquia (tropas especiais); Serviço de Segurança Nacional (MAH); Partido Democrático[1][2] |
Localização | Turquia, Istambul |
Data | 6 e 7 de setembro de 1955 (69 anos) |
Resultado | 13 a 17 mortos; aumento da fuga de gregos étnicos da Turquia |
O Pogrom de Istambul, também conhecido como Motins de Istambul ou Pogrom de Constantinopla (em grego: Σεπτεμβριανά [Eventos de Setembro]; em turco: 6–7 Eylül Olayları [Eventos de 6 e 7 de setembro]) foi um pogrom dirigido especialmente contra a minoria grega de Istambul em 6 e 7 de setembro de 1955. Os motins foram orquestrados por uma unidade tropas especiais turcas de antiguerrilha, o "Grupo de Mobilização Tática", envolvido na Operação Gladio na Turquia, mas também estiveram implicados o Serviço de Segurança Nacional (MAH) e Partido Democrático.[1][2]
Na origem dos eventos esteve a notícia de que o consulado turco em Salónica, no norte da Grécia, instalado na casa onde nasceu Mustafa Kemal Atatürk, tinha sido bombardeado no dia anterior.[3] A bomba foi posta por um porteiro turco, que depois foi preso e confessou o crime,[4] mas a notícia desta prisão não foi divulgada pela imprensa turca, que em vez disso insinuou que a bomba tinha sido colocada pelos gregos.
Uma turba, constituída em grande parte por gente que tinha sido transportada em caminhões com antecedência para a cidade, assaltou a comunidade grega de Istambul durante nove horas. Embora a população não incitasse explicitamente a que os gregos fossem mortos, mais de doze pessoas morreram durante ou depois do pogrom em resultado de espancamentos e fogos postos. Além de gregos, houve também feridos judeus, arménios e muçulmanos.
O pogrom acelerou drasticamente a emigração de gregos étnicos (em turco: rumlar) da Turquia em geral e de Istambul em particular. A população grega da Turquia decresceu de 119 822 pessoas em 1927, já depois da troca de populações entre a Grécia e a Turquia, para cerca de 7 000 em 1978. Só em Istambul, a população grega passou de 65 108 em 1955 para 49 081 (-25%).[5] Segundo os dados publicados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, em 2008 o número de cidadãos turcos de ascendência grega era de 3 000 ou 4 000,[6] enquanto que a Human Rights Watch estimava em 2 500 o número de gregos na Turquia.[7]
Alguns encaram o pogrom como a continuação do processo de "turquificação" que foi iniciado com o declínio do Império Otomano e não como uma questão contemporânea e bilateral. Para apoiar esta tese, apresentam o facto de cerca de 40% das propriedades atacadas pertencerem a outas minorias que não os gregos.[3]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Istanbul Pogrom», especificamente desta versão.
- ↑ a b Speros 2005
- ↑ a b Birand, Mehmet Ali (7 de setembro de 2005). «The shame of Sept. 6-7 is always with us» (em inglês). Hürriyet Daily News. arama.hurriyet.com.tr. Consultado em 16 de julho de 2011
- ↑ a b Dilek, Güven (6 de setembro de 2005). «6-7 Eylül Olayları (1)». www.radikal.com.tr (em turco). Jornal Radikal. Consultado em 16 de julho de 2011. Cópia arquivada em 1 de maio de 2009
- ↑ «Selânik´te atilan bomba Türkie´den götürülmüs». Istambul. Vatan (em turco). 18 de outubro de 1960 («A bomba posta em Salónica veio da Turquia»).
- ↑ Tsilenis, Savvas. «A minoria cristã ortodoxa nas estatísticas oficiais da Turquia moderna». www.demography-lab.prd.uth.gr (em grego). Laboratório de Análise Demográfica e Social, Universidade de Tessália. Consultado em 16 de julho de 2011
- ↑ «Foreign Ministry: 89,000 minorities live in Turkey». Today's Zaman (em inglês). Feza Gazetecilik. 15 de dezembro de 2008. Consultado em 16 de julho de 2011
- ↑ Yagcioglu, Dimostenis. «The Greeks of Turkey» (em inglês). Site pessoal. Consultado em 16 de julho de 2011. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2009.
From the “Denying Human Rights and Ethnic Identity” series of Human Rights Watch
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dilek, Güven (2006). Cumhuriyet Dönemi Azınlık Politikaları ve Stratejileri Bağlamında 6-7 Eylül Olayları (em turco). [S.l.]: İletişim. ISBN 9750504364. Consultado em 16 de julho de 2011. Arquivado do original em 27 de abril de 2009 Livro baseado na tese de doutoramento do autor Nationalismus, Sozialer Wandel und Minderheiten : Die Ausschreitungen gegen die Nichtmuslime der Turkei" na Ruhr-Universität Bochum.
- Güllapoğlu, Fatih (1991). Tanksız Topsuz Harekât: Psikolojik Harekat ("a operação sem tanques e sem canhões") (em turco). [S.l.]: Tekin Yayinevi. ISBN 9754780870
- Güllapoğlu, Fatih (junho de 1991). Türk Gladio'su İçin Bazı İpuçları (em turco). [S.l.]: Tempo Dergisi. p. 24
- Speros, Vryonis, Jr. (2005). The Mechanism of Catastrophe: The Turkish Pogrom of September 6–7, 1955, and the Destruction of the Greek Community of Istanbul (em inglês). Nova Iorque: Greekworks.com. ISBN 978-0-9747660-3-4