Pero de Gamboa
Pero de Gamboa | |
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Informação geral | |
Nascimento | c. 1563 |
País | Reino de Portugal (atual Portugal) |
Morte | 17 de março de 1638 |
Ocupação(ões) | Compositor e mestre de capela |
Pero de Gamboa (c. 1563 — Bente, 17 de março de 1638) foi um compositor português do Renascimento.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Pero de Gamboa nasceu provavelmente por volta de 1563. Sucedeu a Baltazar Vieira[1] como mestre de capela da Sé de Braga no início do ano de 1585. Em abril do mesmo ano foi feito diácono (6 de abril) e ordenado sacerdote (20 de abril). Acumulou este importante cargo com o de abade da Igreja de São Paio de Arcos, deixando-o dois anos depois, em 1587. Depois deste ano, acumulou novamente a sua ocupação como mestre de capela com o de capelão das Igrejas de São Salvador de Bente e São Miguel de Seide, no antigo concelho de Landim (atualmente no concelho de Vila Nova de Famalicão), continuando, contudo, a residir na cidade de Braga.[2]
Desconhece-se com precisão o ano em que deixou de trabalhar na catedral, embora o ano de 1594 pareça provável. A sua residência foi, então, mudada para Bente.[2] Deste período substiste um episódio referido no segundo tomo da obra Benedictina Lusitana de Frei Leão de São Tomás:
“ | “Um moço de pouca idade tinha uma mão disforme por respeito de um lobinho que lhe nasceu nas costas dela; Vivia em casa de um seu tio abade, perto do Mosteiro de Landim, chamado Pero de Gamboa, bem conhecido nestes tempos próximos por mestre e compositor de música. Como morava tão perto de Santo Tirso trouxe um dia o sobrinho consigo e fazendo oração ao glorioso patriarca, untou-lhe as costas da mão em que tinha o lobinho com o azeite da lâmpada que ardia diante dele. Depois, entrou para dentro do mosteiro visitar ao Padre Frei Gregório da Cruz, que era seu discípulo, e dando-lhe conta da ocasião da sua vinda, disse para o sobrinho: “Mostrai, filho, mostrai a vossa mão ao padre.” E, mostrando o moço a mão, não se viu nela o lobinho, nem vestígio ou sinal onde estivesse.”[3] | ” |
— Frei Leão de São Tomás, "Benedictina Lusitana".
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Deste registo deduz-se que este compositor tinha ligações importantes com a ordem beneditina e que formou pelo menos um discípulo na arte da Música, Fr. Gregório da Cruz. Faleceu em Bente a 17 de março de 1638.[2] Foi um dos três maiores representantes da escola musical bracarense do Renascimento, juntamente com os mestres de capela Miguel da Fonseca e Lourenço Ribeiro. O último foi o seu sucessor direto no posto.[2]
Obra
[editar | editar código-fonte]A sua obra ainda era bastante popular nos anos que se seguiram à sua morte.[3] No final do século XIX, Ernesto Vieira lista-o no seu dicionário de músicos portugueses; contudo, este autor diz desconhecer qualquer notícia da sua vida e das suas obras além do relato do milagre por Frei Leão de São Tomás.[3] Na verdade, um pequeno conjunto musical da sua autoria sobrevive em dois manuscritos preservados na Biblioteca Pública Municipal do Porto. São, ao todo, 16 peças religiosas em latim que permitem caracterizar o seu autor como um dos melhores compositores portugueses do seu tempo.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Pero de Gamboa». Biblioteca Nacional de Portugal - VIAF.
Terá então sucedido a Baltazar Vieira como mestre de capela na Sé de Braga
- ↑ a b c d e d'Alvarenga, João Pedro (13 de junho de 2010). «Pero de Gamboa e Lourenço Ribeiro pelo Coro Gulbenkian». Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. Consultado em 18 de janeiro de 2015
- ↑ a b c Vieira, Ernesto (1900). Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes. Lisboa: Tipografia Matos Moreira e Pinheiro