Perfilamento racial
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Perfilamento racial (expressão do idioma inglês americano racial profiling) é o ato de suspeitar ou visar uma pessoa de uma determinada raça, com base em características ou comportamentos observados ou assumidos de um grupo racial ou étnico, em vez de uma suspeita individual.[1][2] O perfilamento racial, no entanto, não se limita apenas à raça de um indivíduo, também pode ser baseado na etnia, religião ou nacionalidade do indivíduo.[3] Comum nos Estados Unidos, o perfilamento racial é referido em relação ao seu uso pela aplicação da lei nos níveis local, estadual e federal, e seu uso leva à discriminação contra pessoas da África, nativo-americanas, asiáticas, latinas, árabes e comunidades muçulmanas dos EUA[4] Nos países europeus, usa-se o termo ethnic profiling ("perfilamento étnico").[5]
Regiões
[editar | editar código-fonte]Brasil
[editar | editar código-fonte]Em 10 de novembro de 2017 o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) promoveu na cidade do Rio de Janeiro uma reunião sobre o chamado “racial profiling”, ou “perfilamento racial” presente na abordagem das forças policiais que, de maneira seletiva, prendem, fazem buscas pessoais e operações de vigilância que geram taxas desproporcionais de aprisionamento da população de jovens negros, Sandra Aragon, oficial de direitos humanos do ACNUDH em Genebra, presente no encontro na capital fluminense comentou que “A abordagem racial dos afrodescendentes viola seus direitos humanos, porque são baseados em generalizações e estereótipos e não em observações objetivas”.[6]
Segundo Daniel Teixeira, diretor de projetos do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), “As seleções de emprego muitas vezes incorrem no perfilamento racial, tendo em vista que os estereótipos ligados às populações negra e branca são opostos. Enquanto à primeira são conferidas características negativas como desleixo, incapacidade para comando, falta de higiene. À população branca confere-se o privilégio dos estereótipos positivos, tais como eficiência, capacidade de liderar, limpeza etc”.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Botelho, J. (2010). Retórica jornalística, relato de crimes e práticas de perfilamento racial: dois casos envolvendo brasileiros. Comunicação & Informação, 10(2), 43-53. https://doi.org/10.5216/c&i.v10i2.10791
- Geová da Silva Barros, Filtragem racial: a cor na seleção do suspeito, Edição v. 2 n. 1 (2008): Revista Brasileira de Segurança Pública 3
- GOMES, Letícia Pereira Simões. A (in)visibilidade da questão racial na formação dos soldados da Polícia Militar. 2018. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, University of São Paulo, São Paulo, 2018. doi:10.11606/D.8.2019.tde-20032019-101356.
Referências
- ↑ «Profiling». Merriam-Webster's Collegiate® Dictionary, Eleventh Edition
- ↑ Warren, Patricia Y.; Farrell, Amy (2009). «The Environmental Context of Racial Profiling». The Annals of the American Academy of Political and Social Science. 623: 52–63. JSTOR 40375886. doi:10.1177/0002716208330485
- ↑ «Racial Profiling: Definition». American Civil Liberties Union (em inglês). Consultado em 22 de outubro de 2018
- ↑ «The Persistence Of Racial And Ethnic Profiling In The United States». American Civil Liberties Union (em inglês). Consultado em 5 de março de 2017
- ↑ Yan, Holly. «This is why everyday racial profiling is so dangerous». CNN. Consultado em 22 de outubro de 2018
- ↑ Nações Unidas Brasil, Nações Unidas discutem abordagem policial e racismo no Brasil, 10/11/2017