Parque Nacional da Serra da Bocaina
Parque Nacional da Serra da Bocaina | |
---|---|
Categoria II da IUCN (Parque Nacional) | |
Serra da Bocaina | |
Localização | |
País | Brasil |
Estado | Rio de Janeiro São Paulo |
Mesorregiões | Vale do Paraíba Paulista Sul Fluminense |
Microrregiões | Bananal Baía da Ilha Grande |
Municípios | Paraty, Angra dos Reis, São José do Barreiro, Ubatuba, Cunha, Areias |
Dados | |
Área | 104 044,89 hectares (1 040,4 km2) |
Criação | 8 de junho de 1972 (52 anos) |
Visitantes | 94 661[1] (em 2011) |
Gestão | ICMBio |
Sítio oficial | PARNA BOCAINA |
Coordenadas | |
O Parque Nacional da Serra da Bocaina localiza-se na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, na região Sudeste do Brasil. É um segmento da Serra do Mar.
O Parque Nacional da Serra da Bocaina foi criado por Decreto Federal em 1971, compreende uma área aproximada de 134 mil hectares e uma expressiva biodiversidade. A criação do parque teve como objetivo a implantação de um escudo de vegetação nativa, nas escarpas da Serra do Mar como proteção de um eventual acidente nuclear nas usinas de Angra I e II.[2]
A sede do parque fica na cidade de São José do Barreiro, no Estado de São Paulo. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[3]
Entre a fauna do parque destacam-se a onça-pintada, suçuarana, preguiça-de-coleira, sagui-da-serra-escuro, e inúmeras espécies de aves.
Atrações turísticas
[editar | editar código-fonte]O parque oferece uma ampla gama de atrações turísticas naturais, tais como a Cachoeira Santo Isidro, a Cachoeira das Posses e mais no interior do parque, a Cachoeira dos Veados. A entrada do parque marca também o início do trecho final da Trilha do Ouro, com uma extensão de aproximadamente 73 quilômetros, e que termina na praia de Mambucaba, em Angra dos Reis.
O seu ponto mais elevado é o Pico do Tira o Chapéu, que alcança 2 088 metros acima do nível do mar, um dos pontos mais altos do Estado de São Paulo.
Fauna
[editar | editar código-fonte]Das 156 espécies de mamíferos não voadores com distribuição para a Mata Atlântica listadas por Fonseca et al. (1996), existem no PNSB 40 espécies, sendo que 25% delas estão ameaçadas de extinção. Cinco espécies são endêmicas da Mata Atlântica: ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), bugio (Alouatta fusca), macaco-prego (Cebus apella nigritus) e mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides). O mono-carvoeiro, considerado o maior primata da América, ainda é procurado por caçadores nas áreas em torno do Parque e é muito sensível a alterações do habitat. As florestas situadas em todo o gradiente altitudinal da Serra da Bocaina favorecem a concentração da grande maioria das espécies de mamíferos, como a lontra (Lontra longicaudis), o cateto (Pecari tajacu), queixada (Tayassu pecari), a anta (Tapirus terrestris), os felinos como a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a onça-parda (Puma concolor) e canídeos como o cachorro-do-mato e lobo-guará.[4]
O mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), espécie de mamífero mais exigente em termos de estrutura de habitat, é encontrado dentro do PNSB em áreas de grotões de mata de difícil acesso, ainda em bom estágio de preservação. Outra espécie de primata, o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), também ameaçada de extinção, está presente em áreas de mata secundária em diversos estádios de sucessão. Espécies mais tolerantes a áreas abertas, como o furão (Galictis vittata), o veado-mateiro (Mazama americana) e o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), podem ser encontrados nas bordas de mata. A onça-parda (Puma concolor) possui uma grande área de vida e se desloca desde os diversos ambientes florestais até pastagens e Campos de Altitude. A presença desta espécie demonstra a importância da preservação das áreas de mata situadas dentro e fora dos limites do Parque.[4]
Cerca de 294 espécies de aves foram registrados no parque, aliado à extensão e ao estado de preservação deste, são condições ideais para a atividade de observação de aves. Dentre as espécies de pássaros mais comuns destacam-se o murucututu-de-barriga-amarela, o andorinhão-do-temporal, a maria preta de bico azulado.[5][6]
Flora
[editar | editar código-fonte]Estima-se que 60% da vegetação seja composta por mata nativa (mata atlântica), e que o restante seja mata regenerada (secundária) há mais de 30 anos. Entre as espécies da flora destacam-se os araucárias, cedros, embaúbas, palmitos e bromélias.
Na região estão identificados três tipos de formações vegetacionais: floresta ombrófila densa, vegetação dominante; floresta ombrófila mista aonde são destaques o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifólia) e o pinheirinho-bravo (Podocarpus lambertii), e os campos de altitude.[6][3]
Uma das espécies presentes na Floresta ombrófila densa é o palmito (Euterpe edulis), anteriormente freqüente, mas hoje considerado uma espécie rara e ameaçada de extinção devido ao extrativismo ilegal. Na Floresta ombrófila densa submontana destaca-se o xaxim (Dicksonia sellowiana), também raro e ameaçado de extinção devido ao extrativismo ilegal para confecção de vasos para plantas.
Referências
- ↑ «Ranking Visitação» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2011
- ↑ «Parque Nacional da Serra da Bocaina». Portal de Cunha. Consultado em 2 de maio de 2014
- ↑ a b «Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB)». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 2 de maio de 2014
- ↑ a b «5 Unidade de Conservação e Zona de Amortecimento» (PDF). IBAMA/DIREC/CGEUC
- ↑ Pousada da Terra Arquivado em 8 de novembro de 2014, no Wayback Machine. guia para observação de aves
- ↑ a b «Parque Nacional da Serra da Bocaina». WikiAves. Consultado em 2 de maio de 2014