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Pai Gomes Charinho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pai Gomes Charinho
Pai Gomes Charinho
Nascimento 1225
Galiza
Morte 1295
Cidade Rodrigo
Sepultamento Convento de São Francisco de Pontevedra
Cidadania Reino da Galiza
Filho(a)(s) Álvar Páez Maldonado
Ocupação trovador
Túmulo de Pai Gomes Charinho.

Pai Gomes Charinho ou Paio Gomes Charinho foi um trovador e almirante galego, nascido em Pontevedra, descendente de uma família ilustre. Viveu no final do século XIII[1].

Nomeado Almirante do Mar por Afonso X de Leão e Castela, foi mais tarde destituído do cargo, como ele próprio confessou num serventês em que comparava o carácter inconstante do monarca à instabilidade do mar. A sua experiência marítima reflecte-se nas interessantes barcarolas que escreveu. Amigo de Sancho IV de Leão e Castela, contou sempre com a intervenção do filho e sucessor do monarca a seu favor.

A sua obra consta de vinte e oito poesias: dezenove cantigas de amor, seis cantigas de amigo[2], um serventês, uma cantiga de escárnio contra o trovador Afonso Lopes de Baião, e uma tenção[nota 1], escrita provavelmente de parceria com o próprio rei Afonso X. Na sua poesia nota-se uma propensão para a melancolia e para a escolha de temas sentimentais, e a sua linguagem, mesmo nas tenções, não ultrapassa os limites do decoro, mas também não perde o seu teor mordaz.

Envolveu-se em conspirações que tiveram lugar à morte de Sancho IV. Foi assassinado em razão de causas políticas, sendo sepultado no convento Franciscano de Pontevedra [1]

No epitáfio acrescentado ao seu sepulcro em finais do século XV, escrito em castelhano, consta o nome de Payo Guomez Charino. Mas nos textos do próprio Pai Gomes aparecem diferentes nomes, como Pae Gomez Charinho, Paay Gomez Charinho, Pae Gomez ou Pay Gomez [3].

Era pai de Álvaro Pais Gomes Charinho[4].

Notas

  1. composição poética constituída por um diálogo ou discussão entre dois trovadores

Referências

  1. a b Ramil, Maria Luz Ínsua et al. Cantigas de amor e de escarnio e Maldicir. A Coruña: La Voz de Galícia, Sem data.
  2. Rip Cohen. 500 Cantigas d’ Amigo: Edição Crítica / Critical Edition. Porto: Campo das Letras, 2003, pp. 297-303
  3. Gran Enciclopedia Galega, Silverio Cañada, Lugo 2003.
  4. Letrados e Cultura Letrada (séculos XII - XIII), por Armando José Gomes do Norte, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2013