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Lygia Bojunga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lygia Bojunga
Lygia Bojunga
Lygia, 2013
Nome completo Lygia Bojunga Nunes
Nascimento 26 de agosto de 1932 (92 anos)
Pelotas, RS
Nacionalidade brasileira
Ocupação Escritora
Prêmios Prêmio Hans Christian Andersen 1982

Prémio Jabuti (1973), (1993)
Prémio Memorial Astrid Lindgren (2004)
Ordem do Mérito Cultural (2011)

Gênero literário Romance, conto
Magnum opus A Bolsa Amarela

Lygia Bojunga Nunes (Pelotas, 26 de agosto de 1932), ou simplesmente Lygia Bojunga, é uma escritora brasileira.[1]

Iniciou a sua vida profissional como atriz, tendo-se dedicada ao rádio e ao teatro, até voltar-se para a literatura.[1] Com a obra Os colegas (1972) conquistou um público que se solidificou com Angélica (1975), A bolsa amarela (1976), A casa da madrinha (1978), Corda bamba (1979) e O sofá estampado (1980). Por estes livros recebeu, em 1982, o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio literário infantil, uma espécie de Prêmio Nobel da literatura infantil. O prêmio foi concedido pela International Board on Books for Young People, filiada à UNESCO. Os colegas já antes havia conquistado o primeiro lugar no Concurso de Literatura Infantil do Instituto Nacional do Livro (INL), em 1971, com ilustrações do desenhista Gian Calvi.

A escritora e o estilo

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Lygia Bojunga Nunes tem recebido reiterados elogios da crítica especializada, quer brasileira, quer estrangeira. No cenário brasileiro, com frequência tem sido reportada como a herdeira ou sucessora de Monteiro Lobato, por estabelecer um espaço em que a criança tem — através da liberdade da imaginação — uma chave para a resolução de conflitos, o que Monteiro Lobato mostrou saber fazer com maestria[2]. Algumas vezes, no cenário internacional, costuma-se compará-la a Saint-Exupéry e a Maurice Druon, pela notável sensibilização infantil destes através de O Pequeno Príncipe e O Menino do Dedo Verde, respectivamente. Com efeito, misturando com habilidade o real e a fantasia, Lygia alcança, num estilo fluente, entre o coloquial e o monólogo interior, perfeita comunicação com seu leitor.

Consciente de que literatura é comunicação, a autora não recusa tratar de temas considerados problemáticos, como suicídio, em 7 Cartas e 2 Sonhos (1983) e O Meu Amigo Pintor (1987); assassinato, em Nós Três (1987) e abandono dos filhos pela mãe, no conto "Tchau", no volume de mesmo nome (1984).

Com o livro Um Encontro com Lygia Bojunga Nunes (1988), reuniu textos sobre sua relação com a literatura, apresentando, de forma dramatizada, o resultado de seu trabalho. Esse é também o início de uma reflexão metaliterária, que se estende por Paisagem e Fazendo Ana Paz, ambos de 1992, onde refletiu sobre o que é fazer literatura, fazendo literatura, linha que tem em Feito à Mão (1996), uma realização radical, pois o livro foi feito com papel reciclado e fotocopiado — uma alternativa à produção industrial.

Com Seis vezes Lucas e O Abraço, também de 1996, retoma um tema instigante deste final de século: uma literatura dirigida a qualquer leitor, estando no objeto-livro a maneira de adequá-la às diversas etapas da vida humana.

É um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil brasileira e mundial, assim consagrada pela qualidade de sua obra e caracterização da problemática da criança, acuada dentro do núcleo familiar.

Sua obra já foi publicada em alemão, francês, espanhol, sueco, norueguês, islandês, holandês, dinamarquês, japonês, catalão, húngaro, búlgaro e finlandês.

Seus livros têm sido altamente recomendados pela crítica europeia e estão sendo radiofonizados em vários países, sendo que um deles, Corda bamba, foi filmado na Suécia. Casada com um inglês, vive parte de seu tempo em Londres e parte no Rio de Janeiro. A autora publicou em 1982 "7 cartas e 2 sonhos" pela editora Berlendis & Vertecchia, e em 1987 republicou-a pela editora Agir com o título "Meu Amigo Pintor", e mais tarde a obra foi adaptada para o teatro.[3]

Em 2023, a obra Meu Amigo Pintor, que já foi adaptada para o teatro, foi adotada pelo vestibular da UERJ como leitura obrigatória em seu processo seletivo para 2024 no 1º exame de qualificação.[4]

  • Os Colegas - 1972
  • Angélica - 1975
  • A Bolsa Amarela - 1976
  • A Casa da Madrinha - 1978
  • Corda Bamba - 1979
  • O Sofá Estampado - 1980
  • Tchau - 1984
  • O Meu Amigo Pintor - 1987
  • Nós Três - 1987
  • Livro, um Encontro - 1988
  • Fazendo Ana Paz - 1991
  • Paisagem - 1992
  • Seis Vezes Lucas - 1994
  • O Abraço - 1995
  • Feito à Mão - 1996
  • A Cama - 1999
  • O Rio e Eu - 1999
  • Retratos de Carolina - 2002
  • Aula de Inglês - 2006
  • Sapato de Salto - 2006
  • Dos Vinte 1 - 2007 (coletânea de capítulos dos livros anteriores)
  • Querida - 2009

Prêmios (seleção)

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  1. a b da Enciclopédia Itaú Cultural, Editores (1 de junho de 2017). «Lygia Bojunga». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 6 de abril de 2024 
  2. Microsoft do Brasil. Enciclopédia Encarta 2001. São Paulo (SP, Brasil): Microsoft do Brasil, 2001.
  3. CAGNETI, Sueli de Souza (1988). A inventividade e a transgressão nas obras Lobato e Lygia: confronto (Dissertação de Mestrado/1988/UFSC). Florianópolis: [s.n.] 112 páginas 
  4. «Vestibular Estadual 2024 – Livros Indicados – Portal UERJ». Consultado em 2 de junho de 2023 

Ligações externas

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