Na maior parte dos casos, o título de Duque era atribuído a nobres do mais elevado grau, geralmente parentes próximos da família real, como filhos segundos dos monarcas e similares (tal foi o caso das primeiras casas ducais de Portugal, as de Coimbra e Viseu (1415) e depois Bragança (1442), atribuídas a três dos filhos de D. João I — D. Pedro, D. Henrique e D. Afonso —, muito por influência da corte inglesa, onde a prática de criação de um ducado na pessoa de um membro da família real que não o herdeiro da coroa era habitual, e que difundiu em Portugal através da rainha D. Filipa de Lencastre.
A partir do séc. XIX, depois da implantação do regime liberal, o título de Duque, tal como outros títulos de nobreza, passou a ser utilizado como recompensa por altos serviços prestados à nação. Um exemplo notável é o caso de António José de Ávila, o qual, sem o menor vínculo de sangue à Casa Real, granjeou o título de Duque d'Ávila e Bolama por ter assegurado para Portugal (com a mediação do presidente norte-americano Ulysses S. Grant), a posse de Bolama, na então Guiné Portuguesa, contra o Reino Unido, que também disputava os seus interesses na região.
Podemos pois dividir os títulos portugueses de Duque nos seguintes 5 tipos:
Títulos reais hereditários - incluindo-se neste caso apenas o Ducado de Bragança, atribuído sempre ao herdeiro presuntivo da coroa que, ao subir ao trono, por sua vez o passa para o seu próprio herdeiro;
Títulos reais de cortesia - títulos não hereditários atribuídos ocasionalmente a membros da Família Real;
Títulos de juro e herdade - títulos hereditários de famílias nobres;
Títulos em vida - títulos atribuídos como recompensa ou homenagem a uma personalidade, não transmissíveis automaticamente aos seus herdeiros;
Títulos de cortesia - títulos atribuídos em função do exercício do cargo de camareira-mor, não transmissíveis automaticamente aos seus herdeiros.
No total foram criados 30 títulos de duque em Portugal.[1]
↑Afonso Eduardo Zuquete (direcção) (1989). Nobreza de Portugal e do Brasil (3 Vols). [S.l.]: Editorial Enciclopédia. ISBN9789729362231
↑João Manuel Afonso Lourenço (2013). William Carr Beresford: Contributo para um roteiro Documental. [S.l.]: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa