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Diario de Pernambuco – Wikipédia, a enciclopédia livre Saltar para o conteúdo

Diario de Pernambuco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diario de Pernambuco


Capa do exemplar para assinante em 15 de fevereiro de 2014
S.A. Diario de Pernambuco
Periodicidade Diário (Com superedição nos finais de semana)
Formato Berliner
Sede Recife - PE,  Brasil
Avenida Cruz Cabugá, 400 - Santo Amaro
Praça da Independência, 12 - Santo Antônio (sede do ClassiLíder)
País Brasil
Preço R$ 3,00 (segunda a sexta em PE e na PB)
R$ 4,00 (segunda a sexta em outros estados)
R$ 5,00 (super edição em PE e na PB)
R$ 8,00 (super edição em outros estados)
R$ 2,00 (domingo)
Assinatura Sim
Slogan O jornal mais antigo em circulação na América Latina
O grande jornal dos pernambucanos
Fundação 7 de novembro de 1825 (199 anos)
Fundador(es) Antonino José de Miranda Falcão
Presidente Carlos Frederico De Albuquerque Vital
Pertence a Grupo Diario de Pernambuco (78%)
Diários Associados (22%)
Editora Empresa Diario de Pernambuco S/A
Editor Paula Losada
Idioma (em português brasileiro)
Circulação Estado de Pernambuco
Publicações irmãs Aqui Pernambuco
Página oficial www.diariodepernambuco.com.br

Diario de Pernambuco[nota 1] é um jornal publicado na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, Brasil. É o mais antigo periódico em circulação da América Latina, fundado em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão.[1] Quando o Diario de Pernambuco foi fundado, o Recife ainda não era a capital do estado, fato que só ocorreu um ano e três meses depois.

O Diario foi fundado na casa de seu criador, na rua Direita nº 256, e primeiramente era impresso numa única folha, como um caderno de anúncios de imóveis, achados e perdidos, leilões, etc, ao custo de 40 réis. Em seu primeiro número, como apresentação e sob o título de Introducção, o editor assim justificou a sua publicação (grafado de acordo com a grafia usada àquela época):

Faltando nesta cidade assaz populosa um Diario de Annuncios, por meio do qual facilitassem as transacções e se communicassem, ao publico noticias que a cada um em particular podem interessar, o administrador da Typographia de Miranda e Companhia se propoz a publicar todos os dias da Semana excepto os domingos somente o presente Diario, no qual debaixo dos titulos de Compras- / vendas - Leilões - Alugueis - Arrendamentos - Aforamento - Roubos - Perdas - Achados - fugidas e Aprehensões de escravos - Viagens - Afretamentos - Amas de leite etc., tudo quanto disser respeito a taes artigos; para o que tem convidado a todas as pessoas, que houverem de fazer estes ou outros quaesquer annuncios, aos levarem a mesma Typographia que lhes serão impressos gratis, devendo ir assignados.
Anúncio de serviços fotográficos no jornal Diario de Pernambuco, edição de 4 de outubro de 1860 (Acervo da Biblioteca Nacional do Brasil).

Em 1835, o jornal foi vendido a Manuel Figueroa de Faria, sendo transformado em órgão oficial dos governos da província, posição mantida até 1911. Entre 1848 e 1849, o Diario realizou uma cobertura ampla da Revolução Praieira. O veículo assumiu uma posição antiescravista já na década de 1850, 38 anos antes da abolição. Em maio de 1888, exaltou a Lei Áurea, dando cinco dias de férias aos funcionários. Em 1901, Francisco de Assis Rosa e Silva assume como proprietário. Em 1908, quando completou 83 anos, o veículo anexou ao título o slogan: “Jornal mais antigo em circulação na América Latina”.[2] O coronel Carlos Benigno Pereira de Lira, industrial e fazendeiro em Alagoas e Pernambuco, assume a presidência em 1913. Foi nessa gestão que Gilberto Freyre passou a ser cronista e articulista, assinando textos para o jornal até 1986, quando morreu.

No dia de seu centenário, em 1925, comemorado por toda a sociedade pernambucana, o Diario circulou com 60 páginas, trazendo em sua capa uma ilustração de autoria do pintor Manuel Bandeira.[1]

Em 1903, o jornal mudou-se para seu endereço mais famoso, na Praça da Independência, conhecida do povo do Recife como a Pracinha do Diario, onde permaneceu por 101 anos, até 2004.[1] Estabeleceu-se na Rua do Veiga, 600, no bairro de Santo Amaro de 2004 até 2016, quando se mudou para sua atual sede, na Avenida Marquês de Olinda, 133, próxima à Praça do Marco Zero. Desde 1931 pertence ao consórcio Diários Associados.[3]

Durante sua longa trajetória, o Diario sofreu severa censura em várias ocasiões, com o empastelamento de suas rotativas, jornais queimados e rasgados, depredações da sede, e deixou de circular por alguns dias nos anos de 1911, 1912, 1931 e 1945. Um dos fatos mais marcantes de sua história foi o assassinato do estudante universitário Demócrito de Souza Filho, na sacada do prédio do jornal, pela polícia política de Getúlio Vargas, em março de 1945.[1] Na década de 1960, o periódico assume uma posição marcadamente oposicionista ao governo de João Goulart, acreditando que o país estava ameaçado pelo comunismo.[carece de fontes?] Em Pernambuco, intensifica uma campanha contra a gestão de Miguel Arraes. Em 1964, celebra o Golpe de Estado no Brasil em 1964 e dá ampla cobertura aos governos militares.[carece de fontes?]

Em 19 de janeiro de 2015, o jornal teve 57,5% das suas ações compradas pelo Sistema Opinião de Comunicação, de propriedade de Cândido Pinheiro, que passou a ser sócio majoritário em relação aos Diários Associados, que agora passavam a responder por apenas 42,5% das ações. O mesmo ocorreu com várias empresas do grupo no Nordeste do Brasil.[4] Em 13 de outubro do mesmo ano, o Grupo R2, dos irmãos Maurício Rands e Alexandre Rands, adquiriu 78% das ações do periódico e das rádios Clube FM e Rádio Globo Recife.[5]

Em 2016, as edições de sábado e domingo do jornal foram unificadas e transformadas numa "super edição" impressa aos sábados, seguindo o exemplo de outros jornais pelo país. A edição dominical passou a ser disponibilizada on line para os assinantes das versões impressa e digital. As medidas haviam sido tomadas devido à crise econômica no país, mas não foram suficientes para estancar os problemas financeiros do jornal, que teve vários demitidos entre 2017 e 2018 e um princípio de greve em janeiro de 2019.[6]

Em 19 de outubro de 2019, após oito meses de negociações, o Grupo R2 vende o jornal, juntamente com as rádios Clube FM e Rádio Clube para o advogado e empresário Carlos Frederico de Albuquerque Vital, conselheiro do Sport Club do Recife e vice-presidente jurídico da Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco, além de proprietário de outros empreendimentos menores.[7] A venda do jornal foi vista com entusiasmo por alguns e receio por outros. Enquanto uns indicavam que o novo dono teria simpatia em demasia por socialistas, outros o taxavam de apoiador do então presidente, Jair Bolsonaro. A linha editorial do jornal todavia, manteve-se com distanciamento político, fiel à sua tradição.[8]

Em 15 de fevereiro de 2020, o jornal inclui a frase "Rumo aos 200 anos" junto ao slogan da edição impressa. E em 18 de dezembro de 2020, o jornal trocou seu caderno e seu portal de esportes, se desvinculando do portal mineiro SuperEsportes, de quem era parceiro desde 2010, para criar o EsportesDP[9], mais integrado ao site do jornal.

  • Opinião
  • Política
  • Economia
  • Brasil
  • Mundo
  • Vida Urbana
  • EsportesDP [10]
  • Viver
  • 2004: Esso Regional Nordeste, concedido a Vandeck Santiago, pela reportagem "Francisco Julião, As Ligas e o Golpe Militar de 1964".[11]
  • 2006: Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica, concedido a Sílvia Nessa, pela reportagem Nordeste Conectado".[12]
  • 2008: Esso Regional 1, concedido a Silvia Bessa e Marcionila Teixeira, pela reportagem "Hanseníase ".
  • 2008: Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, concedido a Marcondes Brito e Vera Ogando, por "DIARIO EM BRAILLE Pelo extraordinário alcance social da iniciativa, ao permitir que milhares de deficientes visuais do Estado de Pernambuco passassem a dispor das mesmas informações impressas diárias oferecidas aos demais".[13]
  • 2009: Esso Regional 1, concedido a Silvia Bessa, com o trabalho "Quilombola - Os direitos negados de um povo".[14]
  • 2010: Esso Regional Norte/Nordeste, concedido a Fred Figueiroa e Juliana Colares, pela obra "O Caminho Sem Volta".[15]
Prêmio Vladimir Herzog de Arte
Ano Obra Veículo de mídia Autor Resultado
2004 "Série de cartuns" Jornal Diario de Pernambuco Christiano Mascaro Venceu[16]
2015 “Maioridade penal” Diario de Pernambuco (PE) Gregório de Holanda Vieirra Venceu[17]
Menção Honrosa do Prêmio Vladimir Herzog por Arte
Ano Obra Veículo de mídia Autor Resultado
2015 “Redução da maioridade penal” Diario de Pernambuco (PE) Jarbas Domingo de Lira Jr. Venceu[17]
2016 “Eu vi um Pokémon” Diario de Pernambuco – Recife/PE Samuca (Samuel Rubens de Andrade) Venceu[18]
Prêmio Vladimir Herzog de Fotografia
Ano Obra Veículo de mídia Autor Resultado
1999 "Fome" Jornal Diario de Pernambuco Jaqueline Maia Braga Menção Honrosa
2004 "Sem teto, sem destino" Jornal Diario de Pernambuco Teresa Cristina Maia Dantas Venceu[16]

Notas e referências

Notas

  1. Em referência histórica, seu nome é grafado sem o acento agudo.

Referências

  1. a b c d Gaspar, Lúcia. «Diario de Pernambuco (Jornal)». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 16 de junho de 2011 
  2. JÚNIOR, FERREIRA, BEZERRA, João Batista de Abreu Júnior, Marieta de Morais Ferreira, Ricardo Lima. «DIARIO DE PERNAMBUCO». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da FGV. Consultado em 18 de abril de 2020 
  3. «Diários Associados». Consultado em 16 de junho de 2011. Arquivado do original em 8 de outubro de 2011 
  4. Fernandes, Teresa (19 de janeiro de 2015). «Hapvida controla holding no Nordeste». O Povo. Consultado em 21 de janeiro de 2015 
  5. «Grupo Rands assume o comando do "Diário de Pernambuco"». Portal Imprensa. 13 de outubro de 2015. Consultado em 12 de fevereiro de 2019 
  6. «Sem salários, profissionais do Diario de Pernambuco decretam greve». Marco Zero Conteúdo. 21 de janeiro de 2019. Consultado em 16 de novembro de 2019 
  7. Santos, Maria Carolina (20 de setembro de 2019). «As opiniões de Carlos Frederico Vital, o novo dono do Diario de Pernambuco». Marco Zero Conteúdo. Consultado em 16 de novembro de 2018 
  8. Pontes, Wanderson (19 de setembro de 2019). «Diário de Pernambuco sai do controle dos Rands ao ser comprado por apoiador de Bolsonaro». Portal de Prefeitura. Consultado em 16 de novembro de 2018 
  9. DP, Esportes (18 de dezembro de 2020). «Novo site de esportes do Diario de Pernambuco entra no ar neste sábado». Esportes DP. Consultado em 20 de maio de 2021 
  10. Pernambuco, Grupo Diario de. «Esportes DP - portal de esportes do Diario de Pernambuco». Esportes DP. Consultado em 20 de maio de 2021 
  11. «Prêmio Esso de Jornalismo 2004». Prêmio Esso. Consultado em 24 de março de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2010 
  12. «Prêmio Esso de Jornalismo 2006». Prêmio Esso. Consultado em 24 de março de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2010 
  13. «Prêmio Esso de Jornalismo 2008». Prêmio Esso. Consultado em 25 de março de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2010 
  14. «Prêmio Esso 2009». Prêmio Esso. Consultado em 21 de março de 2020. Arquivado do original em 23 de junho de 2010 
  15. «Prêmio Esso de Jornalismo 2010». Prêmio Esso. Consultado em 25 de março de 2020. Arquivado do original em 6 de agosto de 2011 
  16. a b Redação (22 de outubro de 2002). «Conheça os vencedores do Prêmio Vladimir Herzog 2004». Portal Imprensa. Consultado em 1 de maio de 2020. Cópia arquivada em 3 de abril de 2020 
  17. a b «Vencedores do 37º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos». Vladimir Herzog. Consultado em 30 de março de 2020. Cópia arquivada em 30 de março de 2020 
  18. VH Julio (7 de outubro de 2018). «Vencedores do 38º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos». Vladimir Herzog. Consultado em 28 de março de 2020. Cópia arquivada em 29 de março de 2020 

Ligações externas

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