Complexo Termelétrico Parnaíba
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1.814 MW (movida a gás natural) |
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UTE Maranhão III (519 MW) UTE Maranhão IV (337,6 MW) UTE Maranhão V (337,6 MW) UTE Nova Venecia (176 MW) UTE Parnaíba IV (56 MW) UTE Parnaíba V (385,7 MW) |
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O Complexo Termelétrico Parnaíba é um conjunto de parques térmicos de geração de energia, situados na cidade Santo Antônio dos Lopes, no Maranhão.[1]
O gás utilizado na geração de energia é produzido em campos localizados nas proximidades do complexo. Com 1,8 GW de capacidade instalada, é atualmente a segunda maior termelétrica a gás natural do país.[1]
Capacidade energética
[editar | editar código-fonte]O parque é dividido em:
- UTE Maranhão IV, com 337,6 MW[1]
- UTE Maranhão V, com 337,6 MW[1]
- UTE MC2 Nova Venecia 2, com 178 MW[1]
- UTE Maranhão III, com 519 MW[1]
- UTE Parnaíba IV, com 56 MW[1][2]
- UTE Parnaíba V, com 385,7 MW[3]
Modelo Reservoir-to-Wire
[editar | editar código-fonte]O modelo reservoir-to-wire (R2W) consiste na geração térmica nas proximidades dos campos produtores onshore (em terra) de gás natural.[4]
A energia produzida no Complexo Parnaíba é enviada para o Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir da rede de transmissão que passa nas proximidades.[5]
Gás natural no Maranhão
[editar | editar código-fonte]Primeiras pesquisas
[editar | editar código-fonte]A pesquisa de petróleo foi iniciada na Bacia do Parnaíba no final da década de 1940, através do Conselho Nacional do Petróleo, com a perfuração de dois poços no Maranhão. Posteriormente, nas décadas de 1960 a 1980, foram realizados pesquisas pela Petrobras e por companhias de contrato de risco. No entanto, o volume de dados adquiridos durante este período foi considerado insuficiente, em razão da grande extensão desta bacia.[6]
Em junho de 2002, a ANP ofereceu blocos exploratórios na Bacia do Parnaíba na quarta rodada de licitações, mas nenhum bloco foi arrematado.[6]
Em 2007, na nona rodada de licitações da ANP,, foram novamente alguns setores dessa vez arrematados pelas empresas PETRA ENERGIA – STR (PN-T-48/49/50/67/68/84/85), DEVON (PN-T-66), PETROBRAS (PN-T-86) e COMP (PN-T-102) (Figura 34).[6]
Em setembro de 2009, a OGX, braço de petróleo e gás natural do grupo EBX, anunciou a compra de 70% de participação em sete blocos terrestres pertencentes à Petra Energia, que permaneceu com 30%.[7]
Descoberta e produção
[editar | editar código-fonte]As atividades de perfuração tiveram início no dia 5 de julho de 2010. Em 12 agosto de 2010, a companhia OGX anunciou a descoberta de reservas de gás natural no poço 1-OGX-16-MA, no bloco PN-T-68. Foi feita nova descoberta no poço OGX-16 em 02 de setembro e em 17 e 26 de novembro foram feitas descobertas no poço OGX-22.[8][9][10]
Em setembro de 2011, a OGX Maranhão adquiriu 50% de participação no bloco exploratório terrestre PN-T-102 na bacia do Parnaíba, detida pelas companhias Imetame Energia S.A., DELP Engenharia Mecânica Ltda. e Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda.[11]
Em setembro de 2012, a OGX Maranhão obtém Licença de Operação (LO) para início da produção na Bacia do Parnaíba nos Campos Gavião Azul e Gavião Real, o qual foi o primeiro a operar. A produção comercial de gás iniciou-se em janeiro de 2013.[12][13]
Atualmente, a exploração de gás na Bacia do Parnaíba tem capacidade de produzir 8,4 milhões de m³ de gás por dia, explorados pela empresa Eneva, com a implantação de 153 km de gasodutos,[14] ao custo do investimento de R$ 9 bilhões.[15]
Os maiores estados produtores de gás natural em 2021 foram: Rio de Janeiro (64%); São Paulo (12,4%); Amazonas (10,15%); Maranhão (4,38%); Espírito Santo (4,09%); Bahia (4,06%); Ceará/Rio Grande do Norte (0,50%); Sergipe/Alagoas (0,45%).[16]
O estado do Maranhão é pioneiro na exploração de gás em terra firme e transporte por gasodutos até um parque termelétrico e o segundo maior produtor de gás em terra firme no Brasil.[15]
As cidades envolvidas na exploração de gás são: Lima Campos, Santo Antônio dos Lopes, Capinzal do Norte, Trizidela do Vale e Pedreiras.[4]
Construção de usinas
[editar | editar código-fonte]Em agosto de 2011, o projeto da UTE Maranhão III sagrou-se vitorioso no leilão de energia nova A-3 realizado pela ANEEL. A UTE MC2 Nova Venecia 2 (Parnaíba III) e Parnaíba I (conjunto das usinas Maranhão IV e Maranhão V) se originaram de projetos que haviam sido vitoriosos no Leilão A-5/2008 para serem construídos em outros locais e foram transferidos para o projeto do Complexo Parnaíba.[17][18]
Em 19 de janeiro de 2013, Parnaíba I começou a fornecer energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em caráter de testes, com a operação de sua primeira turbina, e recebeu sua autorização comercial em 1º de fevereiro de 2013. No dia 8 de fevereiro, a segunda turbina entrou em operação. No dia 16 de março, entrou em operação a terceira e, em 5 de abril, a quarta turbina.[19][20][21][22]
A primeira unidade geradora de Parnaíba III (MC2 Nova Venecia 2) entrou em operação comercial em 14 de outubro de 2013 e a segunda em 18 de fevereiro de 2014.[23][24]
Em 13 de dezembro de 2013, entrou em operação comercial Parnaíba IV.[25]
A operação comercial de Parnaíba II (Maranhão III) se deu em 1º de julho de 2016.[26][27]
Propriedade
[editar | editar código-fonte]A Eneva tem área total sob concessão superior a 40 mil km² na Bacia do Parnaíba, no Maranhão.[28]
A empresa também é dona Usina Terméletrica Porto do Itaqui, em São Luís (MA), com capacidade de gerar até 360 MW, e que é movida a carvão mineral.[1]
A empresa possui onze campos declarados comerciais no Maranhão: cinco deles em produção (Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo, Gavião Azul e Gavião Preto) e cinco em desenvolvimento (Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura, Gavião Carijó, Gavião Belo e Gavião Mateiro). A companhia tem, ainda, sete Planos de Avaliação de Descoberta (PADs), sete blocos exploratórios obtidos na 13ª Rodada de Licitações da ANP, em 2015, e cinco blocos obtidos na 14ª Rodada de Licitações da ANP, em 2017.[29][30]
O gás é produzido conforme a demanda do Complexo Parnaíba. O gás não-associado onshore é mais competitivo em termos de custo de descoberta, desenvolvimento e produção por metro cúbico, resultando na geração de energia com custos mais atrativos para o sistema elétrico brasileiro.[28]
Em 2017, a Eneva atingiu a marca de mais de 100 poços perfurados na Bacia do Parnaíba.[28]
Novos projetos
[editar | editar código-fonte]No Leilão de Energia Nova "A-6", de 2018, um novo projeto previu a instalação da UTE Parnaíba V, que acrescentaria uma potência de 386 MW ao Complexo. As obras foram iniciadas em 2019 e concluídas em novembro de 2022. A usina deve gerar energia por meio do ciclo combinado, utilizando o vapor gerado a partir do calor produzido por Parnaíba I (conjunto das usinas Maranhão IV e Maranhão V), não necessitando de gás natural adicional para geração de energia.[31][32]
No Leilão A-6 realizado em outubro de 2019, outro projeto prevê a construção da projeto Parnaíba VI, com capacidade de 92 MW, também utilizando o ciclo combinado, sendo resultado da ampliação da central termelétrica MC2 Nova Venécia 2 (178 MW), que passará a contar com 270 MW, com o início da construção em 2022 e previsão de conclusão para o final de 2024. A capacidade total do complexo deve aumentar para 1,9 GW.[33]
Ver Também
[editar | editar código-fonte]- Companhia Maranhense de Gás
- Complexo Eólico Delta 3
- Usina Termelétrica Gera Maranhão
- Usina Termelétrica Suzano Maranhão
- Usina Hidrelétrica Estreito
- Economia do Maranhão
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Complexo Parnaíba – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 25 de março de 2018
- ↑ «BIG - Banco de Informações de Geração». www2.aneel.gov.br. Consultado em 7 de maio de 2018
- ↑ Redação (16 de novembro de 2022). «Eneva informa o início da operação comercial da UTE Parnaíba V». Finance News. Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ a b «Modelo Reservoir-to-Wire – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 25 de março de 2018
- ↑ «Modelo Reservoir-to-Wire – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 25 de março de 2018
- ↑ a b c RAFAEL MARTINS MARQUES (2011). «BACIA DO PARNAÍBA: ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTO E POSSIBILIDADES PARA A PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL» (PDF)
- ↑ «G1 > Economia e Negócios - NOTÍCIAS - OGX amplia portfólio de olho em gás na bacia do Parnaíba». g1.globo.com. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «OGX encontra mais gás em poço no Maranhão». Exame. 10 de outubro de 2010. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «GasNet O Site do Gás Natural e GNV - OGX e MPX identificam nova acumulação de gás na bacia do Parnaíba». www.gasnet.com.br. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ EFE, Agencia (12 de agosto de 2010). «Empresa de Eike Batista descobre gás natural no Maranhão». Mundo. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «OGX Maranhão adquire participação em bloco terrestre da Bacia do Parnaíba - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «UTE Parnaíba I atinge sua capacidade instalada - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «OGX Maranhão obtém LO para início da produção na Bacia do Parnaíba - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «Maranhão é pioneiro na exploração de gás natural | O Imparcial». O Imparcial. 6 de junho de 2017
- ↑ a b «Gás enriquece cidades do Maranhão após incentivos na gestão Roseana». Jornal O Estado do Maranhão
- ↑ «Anuário Estatístico ANP 2022» (PDF)
- ↑ InfoMoney, Equipe (18 de agosto de 2011). «Usina da MPX no Maranhão vence leilão de energia A-3 com média de 450 mW». InfoMoney. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ Reuters (21 de maio de 2013). «Governo impõe térmica bicombustível à MPX por gás insuficiente». InfoMoney. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ «UTE Parnaíba I inicia operação comercial - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 9 de junho de 2023
- ↑ «Segunda turbina da UTE Parnaíba I se sincroniza ao SIN - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ «Terceira turbina da UTE Parnaíba I se sincroniza ao SIN - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ OnLine, Do Valor (9 de abril de 2013). «MPX conecta 4ª turbina de Parnaíba I ao Sistema Interligado Nacional». Negócios. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ «USINA PARNAÍBA III INICIA OPERAÇÃO COMERCIAL DE UNIDADE GERADORA | Petronotícias». Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ Barra, Paula (23 de outubro de 2013). «Eneva incia operação comercial na 1° unidade geradora da Usina Parnaíba III». InfoMoney. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ Reuters, Da (13 de dezembro de 2013). «Termelétrica Parnaíba IV, da Eneva, inicia operação comercial». Negócios. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ «Eneva inicia operação comercial da usina termelétrica Parnaíba II - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ «Aneel concorda em fazer acordo sobre fornecimento de energia de térmica atrasada da Eneva». economia.uol.com.br. Consultado em 10 de junho de 2023
- ↑ a b c «Exploração e Produção – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 25 de março de 2018
- ↑ «Poços de gás no Maranhão devem trazer lucro para o estado | O Imparcial». O Imparcial. 15 de outubro de 2018
- ↑ «Exploração e Produção». Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ «Eneva vence leilão A-6 com projeto térmico de 386 MW – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 16 de outubro de 2018
- ↑ «Eneva avaliará térmica em parceria com petroleira; prevê crescimento e dividendos». economia.uol.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2019
- ↑ «Eneva: Termelétrica Parnaíba VI contrata 70 MW médios no leilão A-6»