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Tomie Ohtake – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tomie Ohtake

artista brasileira

Tomie Ohtake OMC (Kyoto, 21 de novembro de 1913São Paulo, 12 de fevereiro de 2015) foi uma artista plástica japonesa naturalizada [1] brasileira.

Tomie Ohtake

Tomie Ohtake recebendo a Ordem do Mérito Cultural em 2006
Nome completo Tomie Nakakubo
Nascimento 21 de novembro de 1913
Quioto, Japão
Morte 12 de fevereiro de 2015 (101 anos)
São Paulo, São Paulo, Brasil
Nacionalidade japonesa
brasileira
Progenitores Mãe: Kimi Nakakubo
Pai: Inosuke Nakakubo
Cônjuge Ushio Ohtake
Filho(a)(s) Ruy Ohtake e Ricardo Ohtake
Ocupação pintora e escultora
Período de atividade 1975–2015
Movimento estético Abstracionismo

Tomie Ohtake é uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960; e em 1988, foi agraciada com a Ordem de Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos oitenta anos da imigração japonesa no Brasil, em São Paulo.[2]

Pela sua carreira consagrada, Tomie Ohtake é considerada a “dama das artes plásticas brasileira”.[3] Artistas como Tomie Ohtake, Tikashi Fukushima, Manabu Mabe e outros são reconhecidos abstracionistas, representativos do Brasil, que contam com muitos apoiadores.[4]

Tomie Ohtake foi a mãe do arquiteto Ruy Ohtake (também falecido)[5] e Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake.

Biografia

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Tomie Nakakubo, filha de Inosuke e Kimi Nakakubo,[6] chegou ao Brasil em 1936 para visitar um irmão. Conheceu o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, também japonês, com quem se casou e teve dois filhos, Ruy e Ricardo. A família estabeleceu-se no bairro da Mooca, na capital paulista.[7]

Em 1952, iniciou na pintura com o artista Keisuke Sugano.[8] No ano seguinte, integrou o Grupo Seibi. Passou um certo tempo produzindo obras no contexto da arte figurativa, mas a artista definiu-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, passou a trabalhar com serigrafia, litogravura e gravura em metal.[9] Naturalizou-se brasileira em 1968.[10]

Nos anos 50 e 60, participou de salões nacionais e regionais, tendo sido premiada na maioria deles. Foi convidada a participar da Bienal de Veneza em 1972, pela própria instituição. Recebeu o Prêmio Panorama da Pintura Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo.[11]

Empregou ao longo da década de 1960 o uso de tons contrastantes. Revelou afinidade com a obra do pintor Mark Rothko, “na pulsação obtida em suas telas pelo uso da cor e nos refinados jogos de equilíbrio”.[3] Cecília França Lourenço, ao comentar a obra de Tomie Ohtake, quando ela atingiu um nível de maturidade, compara a obra da artista com a de Fukushima e de Mabe, no contexto que os três tinham “certa contenção, sem permitir extravasar totalmente a emoção da obra”.[12]

 
Escultura de Tomie Ohtake instalada na avenida Paulista em São Paulo

A arte na década de 80 foi influenciada pelo aparecimento de outros artistas e também pela atuação dos pioneiros, como Tomoo Handa, abstracionistas, como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Kazuo Wakabayashi e outros, onde atuaram, no desenvolvimento artístico, como também nos interesses da comunidade de artistas.[13]

Tomie se destacou também com o trabalho com esculturas em grandes dimensões em espaços públicos, sendo que na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1995, teve uma sala especial de esculturas. Atualmente, 27 de suas obras são obras públicas, as quais estão em algumas cidades brasileiras. Em São Paulo, algumas dessas obras se tornaram marcos paulistanos, como os quatro grandes painéis da Estação Consolação do Metrô de São Paulo, a escultura em concreto armado na Avenida 23 de Maio e a pintura em parede cega no centro, na Ladeira da Memória.[3]

Entre suas obras públicas, está a escultura flutuante "Estrela", instalada no ano de 1985 na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro; até ser removida em 1990 após grande polêmica.[14]

Em 1995, escreveu juntamente com Alberto Goldin o livro intitulado Gota d’água que foi escolhido pela Jugend Bibliothek de Munique, na Alemanha, como um dos melhores livros editados no Brasil no ano de 1995.[3] No mesmo ano, recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura – MinC. Em 2000, foi criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.[9] Na tarde de 29 de novembro de 2013, um grande incêndio atingiu o Auditório Simón Bolívar.[15][16] O incêndio destruiu pelo menos 90% do auditório, cuja capacidade era de 1,8 mil pessoas. Uma tapeçaria de 800 metros quadrados, que decorava o espaço (obra da artista plástica Tomie Ohtake), foi inteiramente destruída. Em depoimento, a artista plástica, disse que a tapeçaria foi um convite do arquiteto Oscar Niemeyer e que aquele seria um grande desafio. A dificuldade estaria em trocar a base retangular tradicional da peça. Disse ainda que procurou manter a união entre a plateia e o palco no projeto da tapeçaria.[17][18]

Morreu no dia 12 de fevereiro de 2015, aos 101 anos e meio, no Hospital Sírio-Libanês, em decorrência de choque séptico causado por uma broncopneumonia.[19][20]

Galeria de Tomie Ohtake

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Ver também

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Referências

  1. Uchoa, Tabata (12 de janeiro de 2015). «Morre aos 101 anos a artista plástica Tomie Ohtake». O Dia. Consultado em 18 de julho de 2015 
  2. «A maior expressão nacional da arte - Tomie Ohtake». Terra Networks. Consultado em 27 de maio de 2013. Arquivado do original em 20 de agosto de 2007 
  3. a b c d «Tomie Ohtake». Mercado Arte. Consultado em 14 de novembro de 2013. Arquivado do original em 30 de outubro de 2013 
  4. Centenário de amizade Brasil-Japão: Exposição dos pintores nipo-brasileiros contemporâneos p.13
  5. Tomie Ohtake. «Conheça a história e as obras de Tomie Ohtake» (entrevista). Zelda Mello. São Paulo: Rede Globo. Consultado em 27 de maio de 2013 [ligação inativa] 
  6. SampArt: Biografia Tomie Ohtake
  7. «Tomie Ohtake: linha do tempo». Instituto Tomie Ohtake. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2015 
  8. «Tomie Ohtake». Pitoresco. Consultado em 27 de maio de 2013. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2012 
  9. a b «Ohtake, Tomie (1913)». Itaucultural.org. Consultado em 14 de novembro de 2013. Arquivado do original em 5 de novembro de 2013 
  10. «Biografia». Instituto Tomie Ohtake. Consultado em 6 de setembro de 2015. Arquivado do original em 10 de junho de 2011 
  11. Centenário de amizade Brasil-Japão: Exposição dos pintores nipo-brasileiros contemporâneos p. 106
  12. Vida e Arte dos Japoneses no Brasil p.74
  13. Vida e Arte dos Japoneses no Brasil p.92
  14. «A grande escultura flutuante» 
  15. Bravo! Guia de Cultura, 2005, pp. 138.
  16. «Fogo atinge auditório do Memorial da América Latina, na Zona Oeste de SP». G1. Consultado em 29 de novembro de 2013 
  17. «Tapeçaria Tomie Ohtake». Consultado em 31 de outubro de 2019. Arquivado do original em 19 de setembro de 2016 . Memorial Integração das Artes, livro editado pelo Memorial da América Latina, em 1990, pág 85.
  18. «Bombeiros que combateram incêndio no memorial permanecem na UTI»  Por Graça Adjuto. Agência Brasil, 3 de dezembro de 2013.
  19. «Tomie Ohtake, artista plástica, morre aos 101 anos em São Paulo». G1. 12 de fevereiro de 2015. Consultado em 12 de fevereiro de 2015 
  20. Silas Martí (12 de fevereiro de 2015). «Tomie Ohtake, grande dama da arte nacional, morre aos 101 anos em SP». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de fevereiro de 2015 

Bibliografia

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  • Bravo! Guia de Cultura. São Paulo. São Paulo: Abril. 2005. 138 páginas 
  • Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Banco América do Sul (Brasil) (1988). Vida e arte dos japoneses no Brasil. São Paulo: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand 
  • Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (1995). Centenário de amizade Brasil-Japão: Exposição dos pintores nipo-brasileiros contemporâneos. São Paulo: Escritório do Japão da Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos 

Ligações externas

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