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Ranunculus repens – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ranunculus repens

espécie de planta

A Ranunculus repens , comummente conhecida por botão-de-oiro[1][2] (também grafado botão-de-ouro[2][3][4]), é uma espécie de planta com flor pertencente à família Ranunculaceae.[5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRanunculus repens

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Ranunculales
Família: Ranunculaceae
Género: Ranunculus
Espécie: R. repens
Nome binomial
Ranunculus repens
L.

A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 1: 554. 1753.[2]

Nomes comuns

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Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: erva-belida[6][7], erva-da-quaresma[2][8], flores-de-quaresma[2][9], pataló[2][10], ranúnculo-pataló[2][11], ranúnculo-rasteiro[2], ranúnculo-rastejante.[2]

Descrição

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Ilustração

Do que respeita ao seu tipo fisionómico, trata-se de um hemicriptófito, pelo que passa o Inverno na forma de roseta.[5] A sua época de floração é de Março a Agosto.[2][12]

É uma planta perene, também dita vivaz (ou seja, que dura mais de dois anos, havendo renovação da parte aérea da planta, que é herbácea). É multicaule, com uma altura que pode rondar os 13 e os 45 cm.[3][12]

Pode ser glabrescente (ou seja, reveste-se de pêlos fracos) ou densamente hirsuta (revestida por pêlos mais compridos, flácidos e flexíveis). Possui estolhos compridos e rastejantes, que se estendem ao longo da superfície do solo, cujas dimensões variam entre os 15 e os 60 centímetros de comprimento.[3][12]

As folhas basilares são ovado-triangulares, podendo ser trissectas ou pentassectas, com segmentos fendidos e dentados, se bem que o segmento central é pecíolado e mais longo do que os outros, e amiúde exibindo uma mancha central.[3][12]

Por seu turno, as folhas caulinares, são semelhantes às basilares, mas têm um pecíolo mais reduzido e têm um feitio menos recortado. As folhas superiores podem ser trissectas ou simples, com segmentos que podem ser oblongo-lanceolados ou lineares.[3][12]

As flores chegam aos 15 a 30 milímetros, são amarelo-douradas, dispõem-se em sentido opostas ao das folhas e solitárias com pedúnculos sulcados. Dispõem de tépalas também amarelas, que segregam néctar e caem antes do desabrochar da flor. As sépalas inserem-se segundo um ângulo próximo de 90º e estão cobertas de pêlos. O receptáculo é globoso e hirsuto. Os frutos são aquénios comprimidos, que configuram uma espiga obvóide e globosa.[3][12]

Distribuição

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Flor

Grande parte da Europa até ao Cáucaso, Ásia, Norte de África e Macaronésia.[2]

Encontra-se, também, naturalizada no Sul de África, na Austrália, na Nova Zelândia e em grande parte da América, tendo sido vastamente difundida como uma planta ornamental.[5][13]

Portugal

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Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira.

Mais concretamente, encontram-se povoações desta espécie presentes nas zonas do Noroeste ocidental, Noroeste montanhoso, Nordeste ultrabásico, Nordeste leonês, Terra quente, Terra fria, Centro-norte, Centro-oeste calcário, Centro-oeste arenoso, Centro-oeste olissiponense, Centro-oeste cintrano, Centro-leste motanhoso, Centro-leste de campina, Centro-sul miocénico, Centro-sul arrabidense, Centro-sul plistocénico, Sudoeste setentrional, Sudoeste meridional e Sudoeste montanhoso. Ficam excluídas, portanto, todas as zonas algarvias e grande parte do interior alentejano.[5][2]

Em termos de naturalidade, é nativa de Portugal Continental e Arquipélago da Madeira e introduzida no arquipélago dos Açores.

Ecologia

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Folha

No que toca à sua ecologia, trata-se de uma planta higrófila e ripícola, que prefere os terrenos húmidos que orlam regatos, charcos, lodeiros e depressões húmidas quejandas.[5][2]

Protecção

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Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Taxonomia

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Ranunculus repens foi descrita por Carlos Linneo e publicada na revista Species Plantarum 1: 554. 1753.[14]

Citologia

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Números cromossomáticos do Ranunculus repens (Fam. Ranunculaceae) e táxones infraespecificos: 2n=32[15]

Etimologia

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Botão-de-ouro

Do que toca ao nome científico desta espécie:

  • O nome genérico, Ranunculus, vem do latim e significa “rã” (foi graças a Plínio, autor e naturalista latino, que nos chegou esta etimologia)[16], mercê da ecologia habitual das espécies deste género de planta, que preferem as zonas húmidas, umbrosas e uliginosas, que por sinal coincidem com o habitat do anfíbio homónimo.[17]
  • O epíteto específico, repens[18], provém do latim e significa «rasteiro; rastejante» respeita à forma de extensão dos caules da planta, que se dispersam rente à superfície do solo.[17][19]

Variedades

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  • Ranunculus repens var. elatior Coss. & Germ.
  • Ranunculus repens proles prostratus (Poir.) Bonnier
  • Ranunculus repens var. villosus Lamotte [1877]
  • Ranunculus repens var. lucidus (Poir.) N.H.F.Desp. [1838]
  • Ranunculus repens var. glabratus DC. [1824]
  • Ranunculus repens var. erectus DC. [1824]
  • Ranunculus repens var. albomaculatus N.H.F.Desp. [1838]
  • Ranunculus repens subsp. reptabundus (Rouy & Foucaud) P.Fourn. [1928]
  • Ranunculus repens proles reptabundus Rouy & Foucaud [1893]

Sinonimia

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  • Ranunculus prostratus Poir. in Lam. [1805]
  • Ranunculus reptabundus Jord. [1860]
  • Ranunculus flagellifolius Nakai [1928]
  • Ranunculus infestus Salisb. [1796]
  • [1]
  • Ranunculastrum repens Fourr.
  • Ranunculastrum reptabundum Fourr.
  • Ranunculus clintonii Beck
  • Ranunculus intermedius Eaton
  • Ranunculus lagascanus DC.
  • Ranunculus oenanthifolius Ten. & Guss.
  • Ranunculus pubescens Lag.
var. flore-pleno DC.
  • Ranunculus lucidus Poir.
var. hispidus (Michx.) Chapm.
  • Ranunculus hispidus Michx.[20]

Propriedades

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Esta planta contém anemonina (que é a dimerização da toxina protoanemonina.[21], que é facilmente hidrolizado num ácido dicarboxílico).[22] Esta substância é particularmente tóxica para as pessoas e os animais.[23] Tem um travo acre que faz com que o gado a evite. O mero contacto com a seiva desta planta, por si só, pode causar rubor e dermatite.[23]

Em tempos remotos, a planta chegou a ser usada para confeccionar mezinhas analgésicas e rubefacientes (que avermelha a pele, através da dilatação dos capilares, aumentando a circulação do sangue e aligeirando a pressão sanguínea interna), sendo que se deixou de usar, dada a elevada toxicidade da planta.[23]

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «botão-de-ouro». Dicionário Priberam. Consultado em 4 de fevereiro de 2021 
  2. a b c d e f g h i j k l m «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  3. a b c d e f «Biorede - Ranunculus Repens». www.biorede.pt. Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  4. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  5. a b c d e «Flora-On | Flora de Portugal interactiva». flora-on.pt. Consultado em 8 de dezembro de 2020 
  6. Infopédia. «botão-de-ouro | Definição ou significado de botão-de-ouro no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 4 de fevereiro de 2021 
  7. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  8. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  9. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  10. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  11. «Ranunculus repens». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  12. a b c d e f Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica 334-335. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
  13. «Ranunculus repens L. GRIN-Global». npgsweb.ars-grin.gov. Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  14. «Ranunculus repens». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 16 de Dezembro de 2012 
  15. Citotaxonomía de las especies vivaces del género Ranunculus L. sect. Chrysanthe (Spach) L. Benson en la Península Ibérica. Diosdado, J. C. & J. E. Pastor. Candollea 47(2): 555-576 (1992).
  16. Nicolini, Giacomo (1960). Enciclopedia Botanica Motta. Volume 3. Milano, Itália: Federico Motta Editore. p. 511 
  17. a b Gledhill, David (2008). "The Names of Plants". Cambridge University Press. pp. 326, 328. ISBN 9780521685535
  18. «rĕpens - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  19. En Epítetos Botánicos
  20. Ranunculus repens en PlantList
  21. List, PH (1979). Hagers Handbuch der pharmazeutischen Praxis 4 ed. [S.l.]: Springer Verlag. ISBN 3540077383 
  22. Leopold Gmelin: Handbuch der organischen Chemie. Winter, 1866, S. 1190 (http://books.google.com.br/books?id=UY05AAAAcAAJ&pg=PA1190&f=false).
  23. a b c «Ranunculus repens Creeping Buttercup, Prairie Double-flowered Buttercup, Water Buttercup, Creeping Buttercup PFAF Plant Database». pfaf.org. Consultado em 3 de fevereiro de 2021 

Ligações externas

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