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Livro de Sofonias – Wikipédia, a enciclopédia livre

Livro de Sofonias

trigésimo sexto livro da Bíblia, composto de apenas 3 capítulos

Sofonias é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia.[1][2] Possui três capítulos.

Ilustração do Dia do Senhor, com braço segurando espada de luz que sobressai as nuvens. Contida no livro de Sofonias, na Bíblia de Thomas Macklin, por Phillip Medhurst, 1798.

O nome Sofonias significa "o Senhor o escondeu" ou "o Senhor escondeu-se". Ele era tetraneto de Ezequias o rei. Sofonias filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá (Sofonias 1.1). O rei Ezequias, teve um filho Manasses, que nasceu em sua velhice após ter recebido de Deus mais 15 anos de vida . “Naquele tempo Ezequias ficou doente e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: "Assim diz o Senhor: 'Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer; não se recuperará' ". Ezequias virou o rosto para a parede e orou ao Senhor: "Lembra-te, ­Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas". E Ezequias chorou amargamente. Antes de Isaías deixar o pátio intermediário, a palavra do Senhor veio a ele: "Vol­te e diga a Ezequias, líder do meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de Davi, seu predecessor: 'Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; eu o curarei. Daqui a três dias você subirá ao templo do Senhor. Acrescentarei quinze anos à sua vida. E livrarei você e esta cidade das mãos do rei da Assíria. Defenderei esta cidade por causa de mim mesmo e do meu servo Davi'" (2 Rs 20) . O seu ministério ocorreu no tempo do rei Josias em 640 a.C. - 609 a.C. tendo profetizado, provavelmente antes da reforma desse rei em 621 a.C..

Ele não é a única personagem citada na Bíblia com este nome. Três outros homens são assim designados no texto bíblico (1 Cr 6:36-38; Zc 6:10,14), com destaque para o contemporâneo do rei Zedequias (Jr 21:1).

Tema geral

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O tema de sua mensagem é que o Senhor ainda está firmemente em controle do Seu mundo, apesar das aparências contrárias, e que comprovará isso no futuro próximo ao aplicar um castigo terrível sobre a nação desobediente de Judá, e completa destruição sobre as nações pagãs gentias, somente através de um arrependimento em tempo é que haveria possibilidade de escape dessa ira.

O profeta Sofonias viveu e exerceu a sua atividade num momento em que Judá era disputado pelas grandes potências da época. Dentro do país se formaram dois partidos: um querendo ficar sob a influência do Egito, outro da Assíria. Durante longo período, nos reinados de Manassés e Amon, a Assíria predominava. Uma tentativa de mudar a situação a favor do Egito, através de uma revolta de oficiais da corte, não obteve sucesso, porque cidadãos de grande influência econômica reagiram e colocaram no trono Josias, que ainda era menor de idade.[carece de fontes?] Esse rei promoveu uma grande reforma, mas a situação voltaria a ser a mesma: o que era bom para a Assíria, era bom para Judá, inclusive a maneira de vestir (Sf 1:8)[3].

Nesse contexto, Sofonias exerce seu ministério entre os anos 640-630 AC, durante a menoridade de Josias e antes de sua reforma religiosa e do ministério de Jeremias[4]. Ele mostra como pesa, sobre toda essa situação, o Julgamento de Deus (Sf 1:2-18). O Dia de Javé ou O Dia do Senhor não é essencialmente o fim do mundo e da história, mas a transformação do povo de Deus e o fim de uma era de idolatria. Para o profeta, são ídolos não somente as divindades estrangeiras, mas também a absolutização das grandes potências, do dinheiro e do poder. Esses ídolos estão presentes, tanto nas outras nações quanto na cidade de Jerusalém, seja no palácio real, seja no Templo e nos bairros da cidade (Sf 2:4-3:8). A única possibilidade de salvação que Sofonias vislumbra para escapar à ira divina são os pobres da terra (Sf 2:3), isto é, os destituídos de poder e riqueza, que depositam sua confiança no verdadeiro Absoluto e clamam por justiça. São eles os únicos que poderão formar um resto para conduzir na história o projeto de Deus, e assim fazer com que o Dia de Javé se torne dia de alegria e restauração, e não de destruição (Sf 3:9-20)[3].

A catástrofe anunciada atingiria tanto as nações quanto o Judá inspiradas pelo orgulho (3:1.11) o castigo seria uma advertência (Sf 3:7) que deveria conduzir o povo à obediência e a humildade (Sf 2:3), sendo a salvação reservada aos humildes, que põem em prática a vontade do Senhor[5] (Sf 3:12-13)[6].

Principais assuntos

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A época do livro descreve um tempo de grande apostasia e corrupção Sf 1.12; 3.2-4. A Assíria ainda ocupava o cenário Sf. 2.13. A adoração de Milcon ( em outras versões Malcã) era praticada Sf 1.5. * milcon = Moloque, uma divindade Amonita, verificar 1 Rs 11.5. As condições morais e religiosas então prevalecentes eram baixas, devido à influência maligna dos reinados de Manassés e Amom. O livro descreve uma provável invasão ( esse povo invasor teria sido os Citas que entre os anos 630 a 626 a.C.ameaçaram muitas nações e trouxeram calamidade aos povos do oriente médio) que chegaria à terra de Judá Sf 1.2-3, e alcançaria outras nações Sf 2.4,12-13.

O propósito do livro: Partindo da ameaça citada, o profeta adverte severamente o seu povo sobre a aproximação do dia do Senhor e, juntamente com a advertência terrível, há o apelo ao arrependimento endereçado primariamente ao remanescente, mais do que para a nação inteira Sf. 2.3.

"O dia do Senhor", que é descrito 18 vezes no livro especialmente, um dia de julgamento Sf 1.2-3, 7-16, 18, 3.20.

Divisão do livro

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  1. O julgamento de Judá (O Dia de Javé[6]) 1:2-2:3 [7]
  2. O julgamento de nações 2:4-15
  3. Os motivos do julgamento de Jerusalém 3:1-7
  4. O remanescente e o reino Messiânico 3:8-20

Influência

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Esse livro inspirou o versículo 41 do capítulo 13 do Evangelho de Mateus, e a descrição do Dia de Javé (1:14-18) inspirou Joel[6].

Acréscimos posteriores[6]

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  • Os anúncios de conversão dos pagãos (2:11[8]; 3:9-10);
  • Pequenos Salmos (3:14-15; 16-18a)
  • Os dois últimos versículos (3:18b-20) foram escritos após o Exílio na Babilônia.

Referências

  1. Echegary, J. González et ali (2000). A Bíblia e seu contexto 2 ed. São Paulo: Edições Ave Maria. 1133 páginas. ISBN 9788527603478 
  2. Pearlman, Myer (2006). Através da Bíblia. Livro por Livro 23 ed. São Paulo: Editora Vida. 439 páginas. ISBN 9788573671346 
  3. a b «Sofonias» Edição Pastoral da Bíblia ed. Paulus.com.br. Consultado em 11 de setembro de 2010 
  4. Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004), Ed. Paulus, São Paulo, p 1.248
  5. Tradução Ecumênica da Bíblia Ed. Loyola, São Paulo, 1994, p 962
  6. a b c d Bíblia de Jerusalém, cit., p 1.249
  7. A Tradução Ecumênica da Bíblia (cit. p 961), subdivide essa parte em três: Profecias de advertência contra Judá (1:2-13); O Dia do Senhor (1:14-18); Exortação aos humildes (2:1-3)
  8. Segundo a Tradução Ecumênica da Bíblia (cit., p 962) os versículos 8 a 11 do cap. 2 podem ser acréscimos posteriores.
  • Archer, Gleason L. Jr. Merece confiança o antigo testamento?, traduzido da edição publicada pela Moody Press, Ed vida nova - São Paulo - SP, 2007.

Ligações externas

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