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Intertextualidade – Wikipédia, a enciclopédia livre

Intertextualidade

Formação do significado de um texto por outro

Intertextualidade é a formação do significado de um texto por outro texto, seja por meio de estratégias deliberadas de composição como citação, alusão, calque, plágio, tradução, pastiche ou paródia,[1][2][3][4][5] ou por interconexões entre obras semelhantes ou relacionadas percebidas por um público ou leitor do texto.[6] Essas referências às vezes são feitas deliberadamente e dependem do conhecimento prévio do leitor e da compreensão do referente, mas o efeito da intertextualidade nem sempre é intencional e às vezes é inadvertido. Frequentemente associada a estratégias empregadas por escritores que trabalham em registros imaginativos (ficção, poesia e drama e até mesmo textos não escritos como arte performática e mídia digital),[7][8] a intertextualidade é agora entendida como intrínseca a qualquer texto.[9]

A intertextualidade foi diferenciada em categorias referenciais e tipológicas. A intertextualidade referencial refere-se ao uso de fragmentos em textos e a intertextualidade tipológica refere-se ao uso de padrão e estrutura em textos típicos.[10] Uma distinção também pode ser feita entre iterabilidade e pressuposição. A iterabilidade faz referência à "repetibilidade" de determinado texto que é composto por "traços", pedaços de outros textos que ajudam a constituir seu significado. A pressuposição faz referência às suposições que um texto faz sobre seus leitores e seu contexto.[11] Como o filósofo William Irwin escreveu, o termo "chegou a ter quase tantos significados quanto os usuários, daqueles fiéis à visão original de Julia Kristeva de quem simplesmente a usa como uma maneira elegante de falar sobre alusão e influência".[12]

Tipos de intertextualidade

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Pode-se destacar doze tipos de formas:

  • Alusão ou referência - Na alusão, não se aponta diretamente o fato em questão; apenas o sugere através de características secundárias ou metafóricas.
  • Bricolagem - são alguns procedimentos de intertextualidade das artes plásticas e da música que também aparecem retomados na literatura. Quando o processo da citação é extremo, ou seja, um texto é montado a partir de fragmentos de outros textos, tem-se um caso de bricolagem.
  • Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas e geralmente com o nome do autor deste. A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas.
  • Crossover - é aparição ou encontro entre personagens que pertencem a universos fictícios diferentes em determinados capítulos, episódios, edições ou volumes de alguma obra artística.
  • Epígrafe - é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta.
  • Paráfrase - o autor recria, com seus próprios recursos,um texto já existente,"relembrando" a mensagem original ao interlocutor.
  • Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela muitas vezes perverte o texto anterior, visando a crítica de forma irônica.
  • Pastiche - é definido como obra literária ou artística em que se imita abertamente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc.
  • Plágio - é a cópia e/ou alteração indevida e não-licenciada de uma obra artística, científica ou literária por alguém que afirma ser o autor original da mesma.
  • Sample - são trechos "roubados" de outras músicas e usados como base para outras produções.
  • Tradução - a tradução é a adequação de um texto em outra língua, a língua nativa do país. Por exemplo, um livro em turco é traduzido para o português.
  • Transliteração - técnica linguística que, tal como a tradução, ocupa-se de adequar termos, nomes e expressões de uma língua para outra, entretanto adaptando-as para um alfabeto que possui letras diferentes de seu original.

Referências

  1. Gerard Genette (1997) Paratexts p.18
  2. Kaźmierczak, Marta (15 de dezembro de 2019). «Intertextuality as Translation Problem: Explicitness, Recognisability and the Case of "Literatures of Smaller Nations"». Russian Journal of Linguistics. 23 (2): 362–382. ISSN 2312-9212. doi:10.22363/2312-9182-2019-23-2-362-382  
  3. Hallo, William W. (2010) The World's Oldest Literature: Studies in Sumerian Belles-Lettres p.608
  4. Cancogni, Annapaola (1985) The Mirage in the Mirror: Nabokov's Ada and Its French Pre-Texts pp.203-213
  5. Hebel, Udo J (1989). Intertextuality, Allusion, and Quotation: An International Bibliography of Critical Studies (Bibliographies and Indexes in World Literature). [S.l.]: Greenwood Press. ISBN 978-0313265174 
  6. "Definition of Intertextuality", "Dictionary.com", Retrieved on 15 March 2018.
  7. Clayton, John B. (1991). Influence and Intertextuality in Literary History (em inglês). [S.l.]: Univ of Wisconsin Press. ISBN 9780299130343 
  8. Gadavanij, Savitri. "Intertextuality as Discourse Strategy", School of Language and Communication, Retrieved 15 March 2018.
  9. Roozen, Kevin (2015). «Texts Get Their Meaning from Other Texts». Naming What We Know: Threshold Concepts of Writing Studies. Logan: Utah State UP. pp. 44–47. ISBN 978-0-87421-989-0 
  10. Mayer, Rolf (1990). «Abstraction, Context, and Perspectivization – Evidentials in Discourse Semantics». Theoretical Linguistics. 16 (2–3). ISSN 0301-4428. doi:10.1515/thli.1990.16.2-3.101 
  11. Porter, James E. (1986). «Intertextuality and the discourse community». Rhetoric Review. 5 (1): 34–47. ISSN 0735-0198. doi:10.1080/07350198609359131 
  12. Irwin,2, October 2004, pp. 227–242, 228.

Bibliografia

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  • Comhrink, A. (n.d.). 'The matrix and the echo': Intertextual re-modelling in Stoppard's Rosencrantz and Guildenstern are dead. Attie de Lxmge[necessário esclarecer].
  • Griffig, Thomas. Intertextualität in linguistischen Fachaufsätzen des Englischen und Deutschen (Intertextuality in English and German Linguistic Research Articles). Frankfurt a.M.: Lang, 2006.
  • Kliese, M. (2013). Little Lamb analysis. CQUniversity e-courses, LITR19049 - Romantic and Contemporary Poetry.
  • National Institute of Development Administration, The (NIDA), Bangkok 10240, Thailand.
  • Oropeza, B.J. "Intertextuality." In The Oxford Encyclopedia of Biblical Interpretation. Steven L. McKenzie, editor-in-chief. New York: Oxford University Press, 2013, Vol. 1, 453–63; B. J. Oropeza and Steve Moyise, eds. Exploring Intertextuality: Diverse Strategies for New Testament Interpretation of Texts (Eugene, Ore.: Cascade Books, 2016).
  • Pasco, Allan H. Allusion: A Literary Graft. 1994. Charlottesville: Rookwood Press, 2002.
  • Porter, Stanley E. "The Use of the Old Testament in the New Testament: A Brief Comment on Method and Terminology." In Early Christian Interpretation of the Scriptures of Israel: Investigations and Proposals (eds. C. A. Evans and J. A. Sanders; JSNTSup 14; Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997), 79–96.