Francisco de Paula Brito Júnior
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Francisco de Paula Brito Júnior (-1967) foi um diplomata português, com o grau de Ministro Plenipotenciário.
Carreira Diplomática
editarDestacou-se durante a Primeira Guerra Mundial ao serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, sendo agraciado pelo Governo do Panamá em 1919, aquando da Conferência de Paz em Paris, com a Cruz-Medalha de Solidariedade de segunda classe, também referida como Medalha de Guerra da Justiça, condecoração destinada unicamente a membros das forças armadas aliadas e protagonistas diplomatas da Primeira Guerra Mundial, tendo então o posto de Tenente de Administração Militar.[1]
A 7 de Outubro de 1920 foi colocado como cônsul-geral de Portugal em Honolulu, encarregue daquele consulado.[2] Em 1921 publicou na The Mid-Pacific Magazine o ponto da situação da educação nas colónias portuguesas do Pacífico, Macau e Timor.[3], sendo no mesmo ano Delegado Oficial na primeira Pan-Pacific Educational Conference, representando as colónias portuguesas do Oceano Pacífico.[4]. Em Janeiro de 1924 foi novamente confirmado no mesmo cargo.[5]
Em 1926 era cônsul geral de Portugal em Xangai.[6] No exercício dessas funções, aquando do Massacre de Xangai de 1927, foi descrito como "funcionário dos mais distintos que Portugal tem e um diplomata de vistas largas, muito cuidadoso do bem-estar dos portugueses em Xangai", tendo pedido ao Governo Português uma remessa de tropas para ajudar a defesa da Concessão Internacional de Xangai, então em perigo de uma invasão sanguinária e mortífera, sossegando assim a colónia portuguesa.[7]
A 2 de Agosto de 1932 teve as credenciais aprovadas pelo rei Jorge V como cônsul-geral de Portugal em Londres.[8][9]
A 12 de Janeiro de 1934 foi nomeado cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro,[10] encontrando-se no exercício dessas funções em 1937.[11]
A partir de 4 de Julho de 1940, por ordem de Salazar, chefiou juntamente com o diplomata Pedro Tovar de Lemos, o Conde de Tovar, uma investigação sobre os vistos e passaportes assinados por Aristides de Sousa Mendes, cônsul geral em Bordéus, contra as normas do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e o subsequente processo disciplinar. Ambos eram considerados de reputação pró-Eixo.[12] Na época exercia as funções de chefe de legação e chefe da Repartição das Questões Económicas.[13]
Em 1941 era director geral da Direcção Geral dos Negócios Estrangeiros e Consulares, em Portugal.[14]
Em 1946 era ministro plenipotenciário de 2ª classe, fazendo parte do Conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros.[15] A 27 de Dezembro do mesmo ano tomou posse como chefe da legação Portuguesa em Pretória, na África do Sul, cargo que exerceu até Março de 1954.[16] A 15 de Junho desse mesmo ano apresentou credenciais como chefe da legação de Portugal em Atenas, Grécia, na qualidade de Ministro Plenipotenciário, residindo na mesma cidade, servindo o mesmo cargo até 21 de Novembro de 1960.[17][18]
Faleceu em 1967, sendo homenageado pela Sociedade de Geografia de Lisboa, da qual era sócio.[19]
Referências
- ↑ Estrela 2007, p. 227-266.
- ↑ U.S. Government Printing Office 1921, p. 32.
- ↑ Brito Jr. 1921, p. 557–559.
- ↑ TMPM - List of Official Delegates 1921, p. 11.
- ↑ U.S. Government Printing Office 1925, p. 309.
- ↑ The China Year Book 1926, p. 582.
- ↑ Teixeira 1988, p. 171.
- ↑ The Foreign Office List 1949, p. 486.
- ↑ The Gazette 1932, p. 8330-8331.
- ↑ Relatório 1938, p. 122.
- ↑ Magalhães 1937, p. 4.
- ↑ Wheeler 1989, p. 125.
- ↑ Afonso 1990, p. 56.
- ↑ Castro 2006, p. 242.
- ↑ Veríssimo Serrão 2003, p. 346.
- ↑ «Representação em África do Sul - Titulares». Consultado em 24 de fevereiro de 2016
- ↑ «Relações Diplomáticas Portugal / Grécia». Consultado em 24 de fevereiro de 2016
- ↑ «Representação na Grécia - Titulares». Consultado em 24 de fevereiro de 2016
- ↑ Boletim da SGL 1967, p. 89.
Bibliografia
editar- Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. 86. [S.l.: s.n.] 1967. Consultado em 24 de Fevereiro de 2016
- «Foreign Office - August 2, 1932» (PDF). The London Gazette (em inglês) (33897). 1932. Consultado em 24 de Fevereiro de 2016
- Relatório. [S.l.]: Centro de Serviços Gráficos. 1938
- The China Year Book (em inglês). [S.l.]: Brentano's. 1926
- The Foreign Office List and Diplomatic and Consular Year Book (em inglês). [S.l.]: Harrison and sons. 1949
- «List of Official Delegates». The Mid-Pacific Magazine (em inglês). 22. 11 páginas. 1921. Consultado em 24 de Fevereiro de 2016
- Afonso, Rui (1990). Injustiça. O Caso Sousa Mendes. [S.l.]: Caminho. 197 páginas
- Castro, Zília Osório de (2006). Tratados do Atlântico Sul. Portugal-Brasil, 1825-2000. [S.l.]: Ministério dos Negócios Estrangeiros-Instituto Diplomático. 365 páginas
- Brito Jr., Francisco de Paula (1921). «Education in the Pacific Colonies of Portugal». The Mid-Pacific Magazine (em inglês). 22: 557–559. Consultado em 24 de Fevereiro de 2016
- Estrela, Paulo Jorge (2007). «Panamá e Messina: duas condecorações estrangeiras concedidas a portugueses». Lusíada. II Série (4): 557–559. Consultado em 24 de Fevereiro de 2016
- Magalhães, Alfredo de (1937). Em defesa do Pôrto. [S.l.]: Grandes Atelieres Gráficos Minerva de G. P. de Sousa & Irmão. 202 páginas
- Veríssimo Serrão, Joaquim (2003). História de Portugal. Da II Guerra à morte do marechal Carmona (1941-1951). [S.l.]: Editorial Verbo. 741 páginas
- Teixeira, Manuel (1988). Marinheiros ilustres relacionados com Macau. [S.l.]: Centro de Estudos Marítimos de Macau. 238 páginas
- U.S. Government Printing Office (1921). Foreign Consular Officers in the United States. Corrected to December 30, 1920 (em inglês). [S.l.]: U.S. Government Printing Office. 309 páginas
- U.S. Government Printing Office (1925). The Biographic Register (em inglês). [S.l.]: U.S. Government Printing Office
- Wheeler, Douglas (1989). «And Who Is My Neighbor? A World War II Hero of Conscience for Portugal». Luso-Brazilian Review, University of Wisconsin Press (em inglês). 26: 119–139. Consultado em 18 de Fevereiro de 2016